Mil coisas acontecendo e, eu, infelizmente, acabo por perder ‘cada uma’... Uma dessas, que pelo dedo de minha amiga Grazi, acabei saindo ganhando (mesmo que nos 47 prorrogados do segundo tempo), foi a “World Press Photo”. Consegui conferir a exposição que reuniu 196 imagens premiadas em 2008, registradas por fotojornalistas do mundo inteiro.
A maioria das fotos trazia alguma denúncia em sua mensagem calada, mas ‘gritante’. Eram aqueles belos instantes imortalizados, cheios de sentido, intenção, cor – quando não eram simplesmente elegantes em sua dualidade preta e branca. Sua intensidade não ameniza o desespero, a doença, a crueldade, a tristeza e o mal presentes ali naqueles retângulos.
Fatos que marcaram um ano “qualquer” - nada mais representam aquelas fotos do que isso. Pela problemática maior, algumas dessas que foram tiradas há pouco, bem poderiam ser captadas amanhã, mas a maioria não. O que as diferencia de tantas outras, e que as faz únicas e importantes, é justamente a questão do tempo, e da presença. Seu criador estava lá, e é através de seu olhar que podemos ver o que já foi e não volta mais.
Incrível que acontecimentos tão poucos inspiradores possam ter rendido tão magnífico material. Cheguei a chorar por entre as galerias. É emocionante, assim o são. Reproduzem momentos, sentimentos, situações. Informam, alertam, comunicam ao mundo o que ali mostram – muito além, na verdade. Fotojornalismo é um soco no estômago, porque diferente das pedras no sapato, são impactantes, mas não efêmeros.
Uma seqüência entre tantas outras me chamou a atenção. Eram fotos posadas, coloridas, vivas. Trazem pessoas de semblante satisfatório em acomodações que mais parecem cenários de filmes, vitrinas de lojas, casa de bonecas. E, se bem entendi a legenda, são isso mesmo – como um adereço. Aqueles lugares servem para mostrar de maneira ornamental o poder aquisitivo do modelo ali em foco.
Para compreender claramente o que estou falando - e o que estou QUERENDO dizer, faz-se necessário um ‘briefing(zinho)’ básico, um breve embasamento histórico (na exposição existe uma pequena legenda em casa foto):
Essas pessoas retratadas são romenas de origem cigana. E duas curiosidades a respeito desses povos explicam muita coisa, dão sentido ao contexto das fotografias tiradas . 1. A Romênia é um país que até há pouco tempo era comunista e que a recém entrou para a União Européia, 2. os ciganos são originalmente nômades.
A maioria das fotos trazia alguma denúncia em sua mensagem calada, mas ‘gritante’. Eram aqueles belos instantes imortalizados, cheios de sentido, intenção, cor – quando não eram simplesmente elegantes em sua dualidade preta e branca. Sua intensidade não ameniza o desespero, a doença, a crueldade, a tristeza e o mal presentes ali naqueles retângulos.
Fatos que marcaram um ano “qualquer” - nada mais representam aquelas fotos do que isso. Pela problemática maior, algumas dessas que foram tiradas há pouco, bem poderiam ser captadas amanhã, mas a maioria não. O que as diferencia de tantas outras, e que as faz únicas e importantes, é justamente a questão do tempo, e da presença. Seu criador estava lá, e é através de seu olhar que podemos ver o que já foi e não volta mais.
Incrível que acontecimentos tão poucos inspiradores possam ter rendido tão magnífico material. Cheguei a chorar por entre as galerias. É emocionante, assim o são. Reproduzem momentos, sentimentos, situações. Informam, alertam, comunicam ao mundo o que ali mostram – muito além, na verdade. Fotojornalismo é um soco no estômago, porque diferente das pedras no sapato, são impactantes, mas não efêmeros.
Uma seqüência entre tantas outras me chamou a atenção. Eram fotos posadas, coloridas, vivas. Trazem pessoas de semblante satisfatório em acomodações que mais parecem cenários de filmes, vitrinas de lojas, casa de bonecas. E, se bem entendi a legenda, são isso mesmo – como um adereço. Aqueles lugares servem para mostrar de maneira ornamental o poder aquisitivo do modelo ali em foco.
Para compreender claramente o que estou falando - e o que estou QUERENDO dizer, faz-se necessário um ‘briefing(zinho)’ básico, um breve embasamento histórico (na exposição existe uma pequena legenda em casa foto):
Essas pessoas retratadas são romenas de origem cigana. E duas curiosidades a respeito desses povos explicam muita coisa, dão sentido ao contexto das fotografias tiradas . 1. A Romênia é um país que até há pouco tempo era comunista e que a recém entrou para a União Européia, 2. os ciganos são originalmente nômades.
Sabendo disso, não fica difícil agora perceber o porquê da valorização do lar, de sua decoração, da futilidade de se montar uma cozinha, por exemplo, só como enfeite, para mostrar aos outros que hoje se tem (o que ontem não se podia ter). Os tempos são outros e os dentes de ouro dão espaço a faqueiros e conjuntos de porcelana que jamais serão usados.
Os retratos do italiano Carlo Gianferro, para a Postcart, ficaram em primeiro lugar na categoria ‘Histórias’ da premiação. Veja as outras fotos da exposição em: http://www.worldpressphoto.org/index.php?option=com_photogallery&task=blogsection&id=19&Itemid=223&bandwidth=low
Obrigado,
ReplyDeleteCarlo