Terça-feira, dia 28 de abril
(mas poderia ser qualquer outro dia)
Já estou no Rio, onde passei a reclamar mais dos transportes públicos. Sigo assim aqui, sem novidades boas a respeito. Subi num ônibus, mal consigo me segurar e ele arranca. Péssimo, mas me fez lembrar que voltei de Porto Alegre com uma visão menos saudosista de lá - pelo menos no que se refere a esse serviço.
Domingo, 21h. Estava na Venâncio Aires rumo à Av. João Pessoa. Fiquei parada no meio-fio esperando o sinal abrir para poder atravessar a rua. Meu ônibus passou por mim e parou no ponto para pegar passageiros. Consegui atravessar correndo, embora tivesse o sinal ainda aberto para os carros. Corri e bati na lateral do ônibus, mas embora tivesse gritado pedindo ao motorista para ele abrir a porta, ele não o fez e partiu.
Fiquei super frustrada com esse comportamento do trabalhador em questão. Era domingo, noite, ele não estava com pressa, estressado com o trânsito, nem nada. Estava apenas cumprindo sua jornada de trabalho. O que custava a esse homem abrir a porta para mim? - uma pessoa que visivelmente correu para pegar o ônibus que ainda estava ali parado.
Para mim fica claro que o sujeito não é um bom motorista de ônibus, cuja função é parar nos pontos e pegar os passageiros. Não que ele dirija mal, mas sua missão não cumpre com dignidade. Embora tivesse chegado "tarde" no local, só consigo ver como maldade a reação dele em arrancar o ônibus e me deixar ali, num dia como aquele, tarde, esperando o próximo carro, que com certeza iria demorar.
Enxergo esse comportamento como uma amostra de uma espécie de símbolo de poder, uma resposta vingativa, ou algo assim, contra o cidadão. Já falei sobre "o porteiro se sentir como dono do prédio" e acho que acontece a mesma coisa com os motoristas de ônibus e cobradores também, muitas vezes. É uma atitude do mal essa, infelizmente. Um anti-heroísmo às avessas.
Em mim fica a impressão de que esse é o momento e o meio como eles têm de mostrar sua importância. É quando podem dizer 'não' a alguém. E assim o fazem, mas de uma maneira errada, pois estão deixando de cumprir suas tarefas, e assim, executam mal o seu ofício.
Uma vez um amigo me falou que só vamos conhecer REALMENTE alguém quando essa pessoa tem poder. Concordei na hora. Depois me lembrei de alguns casos em que isso aconteceu, e me decepcionei. Já na esfera pública, fico deprimida por ver isso acontecer nos serviços primários, sentir que profissionais não cumprem direito o seu papel. Pagamos pela passagem, ninguém iria me dar carona, ou me fazer um favor nesse caso em Porto Alegre.
No Rio é ainda pior. Aqui tudo é maximizado: mais confusão, mais falta de educação, mais gente, mais barulho, mais trânsito etc. Fiquei chocada ao chegar aqui e ter que me atirar na segunda faixa para fazer sinal para um ônibus que iria passar direto se eu assim não fizesse (pois ele vinha à toda velocidade na terceira faixa e com certeza não iria parar! - como não pararam vários até eu aprender como lidar com a situação). Os absurdos presenciados já foram outros e vários, infelizmente.
(mas poderia ser qualquer outro dia)
Já estou no Rio, onde passei a reclamar mais dos transportes públicos. Sigo assim aqui, sem novidades boas a respeito. Subi num ônibus, mal consigo me segurar e ele arranca. Péssimo, mas me fez lembrar que voltei de Porto Alegre com uma visão menos saudosista de lá - pelo menos no que se refere a esse serviço.
Domingo, 21h. Estava na Venâncio Aires rumo à Av. João Pessoa. Fiquei parada no meio-fio esperando o sinal abrir para poder atravessar a rua. Meu ônibus passou por mim e parou no ponto para pegar passageiros. Consegui atravessar correndo, embora tivesse o sinal ainda aberto para os carros. Corri e bati na lateral do ônibus, mas embora tivesse gritado pedindo ao motorista para ele abrir a porta, ele não o fez e partiu.
Fiquei super frustrada com esse comportamento do trabalhador em questão. Era domingo, noite, ele não estava com pressa, estressado com o trânsito, nem nada. Estava apenas cumprindo sua jornada de trabalho. O que custava a esse homem abrir a porta para mim? - uma pessoa que visivelmente correu para pegar o ônibus que ainda estava ali parado.
Para mim fica claro que o sujeito não é um bom motorista de ônibus, cuja função é parar nos pontos e pegar os passageiros. Não que ele dirija mal, mas sua missão não cumpre com dignidade. Embora tivesse chegado "tarde" no local, só consigo ver como maldade a reação dele em arrancar o ônibus e me deixar ali, num dia como aquele, tarde, esperando o próximo carro, que com certeza iria demorar.
Enxergo esse comportamento como uma amostra de uma espécie de símbolo de poder, uma resposta vingativa, ou algo assim, contra o cidadão. Já falei sobre "o porteiro se sentir como dono do prédio" e acho que acontece a mesma coisa com os motoristas de ônibus e cobradores também, muitas vezes. É uma atitude do mal essa, infelizmente. Um anti-heroísmo às avessas.
Em mim fica a impressão de que esse é o momento e o meio como eles têm de mostrar sua importância. É quando podem dizer 'não' a alguém. E assim o fazem, mas de uma maneira errada, pois estão deixando de cumprir suas tarefas, e assim, executam mal o seu ofício.
Uma vez um amigo me falou que só vamos conhecer REALMENTE alguém quando essa pessoa tem poder. Concordei na hora. Depois me lembrei de alguns casos em que isso aconteceu, e me decepcionei. Já na esfera pública, fico deprimida por ver isso acontecer nos serviços primários, sentir que profissionais não cumprem direito o seu papel. Pagamos pela passagem, ninguém iria me dar carona, ou me fazer um favor nesse caso em Porto Alegre.
No Rio é ainda pior. Aqui tudo é maximizado: mais confusão, mais falta de educação, mais gente, mais barulho, mais trânsito etc. Fiquei chocada ao chegar aqui e ter que me atirar na segunda faixa para fazer sinal para um ônibus que iria passar direto se eu assim não fizesse (pois ele vinha à toda velocidade na terceira faixa e com certeza não iria parar! - como não pararam vários até eu aprender como lidar com a situação). Os absurdos presenciados já foram outros e vários, infelizmente.
Sempre digo que se político andasse de ônibus iria ser tudo diferente. Eles iam pensar mais no coletivo, com certeza.
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