Está decidido: a partir de agora não é mais obrigatório o diploma de jornalista para o exercício da profissão. Por oito votos a um, o Supremo Tribunal Federal decidiu que qualquer um pode exercer plenamente sua liberdade de expressão e de informação nos veículos de comunicação brasileiros. Qualquer um.
Há quarenta anos a exigência do diploma foi prevista pelo Decreto-Lei 972. Apesar das circunstâncias ditatoriais, é evidente que esse controle permitiu e garantiu a profissionalização e a maior qualificação da atividade jornalística no país. Até então eram seguidas exigências mínimas ‘padrão’ para definição da categoria. Agora, cada veículo poderá estabelecer os critérios de quem contrata.
Vencido, o ministro Marco Aurélio Mello defende que o jornalista deve ter uma formação básica que viabilize a atividade profissional, que repercute na vida do cidadão em geral. E o relator da ação, Gilmar Mendes, comparou o ofício do jornalista ao de um chef de cozinha – ou seja ‘todos podem cozinhar, mas só alguns são especialistas de verdade’. Infeliz analogia.
Há quarenta anos a exigência do diploma foi prevista pelo Decreto-Lei 972. Apesar das circunstâncias ditatoriais, é evidente que esse controle permitiu e garantiu a profissionalização e a maior qualificação da atividade jornalística no país. Até então eram seguidas exigências mínimas ‘padrão’ para definição da categoria. Agora, cada veículo poderá estabelecer os critérios de quem contrata.
Vencido, o ministro Marco Aurélio Mello defende que o jornalista deve ter uma formação básica que viabilize a atividade profissional, que repercute na vida do cidadão em geral. E o relator da ação, Gilmar Mendes, comparou o ofício do jornalista ao de um chef de cozinha – ou seja ‘todos podem cozinhar, mas só alguns são especialistas de verdade’. Infeliz analogia.
Se um cozinheiro erra a mão num prato, por exemplo, o prejuízo é um. Agora, se um ‘comunicador’ (sendo ou não jornalista) informa errado, o problema é outro, podendo atingir uma esfera pública, política, educacional, histórica etc. Os danos à sociedade são mais complexos. Acho muito perigosa essa tal liberdade e responsabilidade concedida a 'qualquer um'.
Além dos veteranos de exercício, quem já (con)vive e sofre com o despreparo de alguns colegas hoje, terá que trabalhar com novatos sem conteúdo - sem as teorias, a ética, a filosofia e as semióticas antes ensinadas e debatidas na academia. Só a prática, sem o conhecimento, não forma nenhum profissional.
Cada vez mais o poder da informação e sua transmissão estão a Deus dará. Depois reclamam da qualidade do conteúdo da televisão, rádio, jornal, internet... Eis a questão!
PS - O que é o modo de falar desses ministros e de alguns líderes de entidades representativas? Vi alguns depoimentos na TV agora há pouco e fiquei CHOCADA com tamanha pompa no uso das palavras, num sotaque estranho de não-sei-qual-planeta! Alguém viu?
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ReplyDeleteSuspeito que esta resolução seja na real uma grande manobra política, por trás deste resultado devem haver muitos interesses obscuros... e não trata-se de teoria da conspiração não, a própria contabilidade dos votos já é por si só um tanto estranha, para não se dizer polêmica, 8x1 é deveras esquisito.
ReplyDeleteAfinal, tamanha imparcialidade, inevitávelmente, me cheira mal...
Já disse e twittei, é a vitória do Lobby sobre o bom senso. Vi alguns infelizes colegas de profissão dizendo coisas do tipo "se você passou 4 anos na faculdade e ainda escreve pior que o padeiro merece perder o emprego". Este é o erro clássico de achar que jornalismo é literatura. Não é, acredite, eu me aventuro pelos dois. A vavá tem razão quando puxa o foco para as questões da ética e da semiose, eu sempre acreditei que o jornalismo reside no casamento destas tuas habilidades teórico-práticas. Sabe-se mito bem que a isenção é um mito, mas ao mesmo tempo, a busca pela isenção é uma das qualidades máximas do jornalismo ético. De certa forma eu acredito que sem quatro anos de alguém martelando na tua cabeça que um lado só não conta história; que a matéria deve abranger o maior número de pontos de vista possíveis; que repórter deve perguntar sem preconceito e reportar sem julgar; et cetera, resultaremos com um bando de comentaristas desqualificados passando opinião como se informação fosse. E olha que eu sou fã de jornalismo opinativo, desde que a opinião seja compreendida pelo interlocutor como tal. Para tanto, é preciso reflexão prévia e para isto, a academia.
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