“Com quem pareço?”
Com esse nome, o quadro que estreou em abril deste ano no ‘Altas Horas’ (da Globo, com reprise no Multishow), mostra pessoas nas ruas que se pareçam com celebridades. Assisti poucas edições do programa desde então e não tinha prestado a atenção devida a esse “espaço democrático”. Mas vendo hoje a rebatida dele fiquei chocada e decepcionada com o comportamento do apresentador Serginho Groisman.
Ao perguntar à convidada do programa, a atriz Letícia Sabatella, se ela via semelhança naquelas pessoas que se diziam parecidas com famosos, e ter respostas seqüenciais positivas dela, fez alguns comentários debochados, sugerindo que ela não estava ‘certa’ em concordar. Pediu então que ela não mais se pronunciasse, e convicou o público adolescente (e mais debochado) a se manifestar. Previsivelmente, eles reprovaram e caçoaram da maioria dos outros supostos “sósias” que apareceram depois.
Entendi a postura da Letícia ao encontrar uma relação entre aqueles (pobres) voluntários e as personalidade citadas. Ali, vemos somente alguns segundos da pessoa falando com quem acha (ou dizem) que ela se assemelha e depois nos é apresentada sua foto ao lado dos artistas. Não sabemos de seus trejeitos, como elas é em determinados momentos que possam realmente ter algo a ver com as celebridades – cabelo, olhar, modo de falar... enfim.
Claro que por vezes pode ser apelação dos anônimos fazer links seus com os artistas, mas quando os via ali, lado a lado, juro que conseguia enxergar (provavelmente como aconteceu com a Letícia) uma analogia entre eles. Existia um quê de semelhança, algo que realmente remetia à outra pessoa. Suponho que ninguém iria se propor a pronunciar em rede nacional algo em que não acreditasse, ou que não fosse verdade. Se lhes é dado aquele espaço, que eles digam o que quiser também! E muitas vezes eles ainda falavam: “DIZEM que eu me pareço com...”. Dizem - e não “eu me acho parecido com...”.
Seja como for, aquelas pessoas não estão ali para serem zombadas. Foi feito a elas um convite para que participassem do programa dizendo com quem se parecem e garanto que elas não se sentem bem ao ver aqueles jovens rindo delas na TV. E pior: sendo instigados pelo próprio apresentador, que fica insatisfeito quando alguém vê semelhança entre elas e as celebridades. Acredito que não era para ser assim.
Acabei de olhar a proposta do quadro no site do programa no portal da Globo e diz:
“Todo mundo se parece com alguém, não é mesmo? Pois o Altas Horas vai te dar a chance de mostrar na TV com qual famoso dizem que você se parece.
A equipe do programa vai sair nas ruas em busca de pessoas que pareçam com celebridades. Vale qualquer pessoa, cantor, ator, apresentador…
Com esse nome, o quadro que estreou em abril deste ano no ‘Altas Horas’ (da Globo, com reprise no Multishow), mostra pessoas nas ruas que se pareçam com celebridades. Assisti poucas edições do programa desde então e não tinha prestado a atenção devida a esse “espaço democrático”. Mas vendo hoje a rebatida dele fiquei chocada e decepcionada com o comportamento do apresentador Serginho Groisman.
Ao perguntar à convidada do programa, a atriz Letícia Sabatella, se ela via semelhança naquelas pessoas que se diziam parecidas com famosos, e ter respostas seqüenciais positivas dela, fez alguns comentários debochados, sugerindo que ela não estava ‘certa’ em concordar. Pediu então que ela não mais se pronunciasse, e convicou o público adolescente (e mais debochado) a se manifestar. Previsivelmente, eles reprovaram e caçoaram da maioria dos outros supostos “sósias” que apareceram depois.
Entendi a postura da Letícia ao encontrar uma relação entre aqueles (pobres) voluntários e as personalidade citadas. Ali, vemos somente alguns segundos da pessoa falando com quem acha (ou dizem) que ela se assemelha e depois nos é apresentada sua foto ao lado dos artistas. Não sabemos de seus trejeitos, como elas é em determinados momentos que possam realmente ter algo a ver com as celebridades – cabelo, olhar, modo de falar... enfim.
Claro que por vezes pode ser apelação dos anônimos fazer links seus com os artistas, mas quando os via ali, lado a lado, juro que conseguia enxergar (provavelmente como aconteceu com a Letícia) uma analogia entre eles. Existia um quê de semelhança, algo que realmente remetia à outra pessoa. Suponho que ninguém iria se propor a pronunciar em rede nacional algo em que não acreditasse, ou que não fosse verdade. Se lhes é dado aquele espaço, que eles digam o que quiser também! E muitas vezes eles ainda falavam: “DIZEM que eu me pareço com...”. Dizem - e não “eu me acho parecido com...”.
Seja como for, aquelas pessoas não estão ali para serem zombadas. Foi feito a elas um convite para que participassem do programa dizendo com quem se parecem e garanto que elas não se sentem bem ao ver aqueles jovens rindo delas na TV. E pior: sendo instigados pelo próprio apresentador, que fica insatisfeito quando alguém vê semelhança entre elas e as celebridades. Acredito que não era para ser assim.
Acabei de olhar a proposta do quadro no site do programa no portal da Globo e diz:
“Todo mundo se parece com alguém, não é mesmo? Pois o Altas Horas vai te dar a chance de mostrar na TV com qual famoso dizem que você se parece.
A equipe do programa vai sair nas ruas em busca de pessoas que pareçam com celebridades. Vale qualquer pessoa, cantor, ator, apresentador…
Se dizem que você se parece algum famoso, torça para a equipe te encontrar.”
A idéia principal (e inicial, imagino) do quadro é construtiva. Tirar sarro das pessoas não é nada legal, não cai bem para nenhum programa 'sério' (e não de humor), ainda mais um de público adolescente como esse. Lamento ter visto o que vi e espero que não se repita, pois essa chacota toda inibe até a participação de futuros voluntários. Sobre tal proposta digo que parecer é justamente não ser. E lembro-me então do antigo e famoso xampu Denorex e de seu inesquecível slogan – ‘parece, mas não é’.
Estou adorando o teu Blog, continue assim, temos muito orgulho de ti.
ReplyDeleteBeijão
Inara
Hello, Vavá! Adorei o comentário... é suave e ácido ao mesmo tempo, carregado de propriedade e razão. Pena que a TV continue a encontrar graça na desgraça dos outros...
ReplyDeletebjos,
Mack
Oi Vavá! Muito legal o blog! Começarei a acompanhar.
ReplyDeletebejão
Oi, muito bom. Lembra qdo o programa dele fez 10 anos? Foi em POA. Ele abriu dizendo que escolhera o Rio Grande para comemorar antes que este se separasse do Brasil.Achei terrível. O povo começou a gritar: Eu sou gaúcho! Foi feio. Ele as vezes faz umas colocações bem infelizes. Neusa
ReplyDeleteEste tipo de coisa é uma das que mais me cansava trabalhando em TV. Não importa muito o acesso de audiência de um canal (embora isso pareça ficar mais evidente com o povo que migra para a Globo), alguns apresentadores começam a se achar intocáveis, acima do público.Em programas de humor, mesmo q humor informativo como CQC, há um "desconto" maior para este tipo de coisa porque o humor assume a função opiniativa das matérias. A proposta editorial do Altas Horas é outra e este tipo de humor rasoe barato em que "se bate em quem não pode se defender" fica aquém das capacidades do já senhor Carlos Groisman. Infelizmente não deve haver um produtor com culhão ou cacife dentro da equipe que possa dizer pra ele que ele anda fumando freebase de ego e está com a cabeça cheia de vento e autopromoção (sem ter medo de ser despedido).
ReplyDeletePor outro lado, quadros como este podem ter sido sugeridos de cima para baixo justamente para tentar recuperar algum público pedido para o Pânico. Não sei, mas parece provável e faz sentido. Outra coisa que aprendi à duras penas é que os diretores de TV raramente ligam para a mensagem que seu canal esteja passando.
Por essas e outras é que eu prefiro a pornografia à publicidade. A pornografia é uma das únicas indústrias 100% sincera sobre o que está vendendo ao seu público.
Oi Vava.
ReplyDeleteNao falei que eu vinha aqui,srrsrsrsrrs
Adoreiii!!! Bem interessante...
Quero ver o que sera dito no dia 8.
Grande beijooo.
Daniele Souza.