“Senhores passageiros, durante a decolagem, o encosto de suas poltronas deverá ser mantido na posição vertical, suas mesas fechadas e travadas. Observem os avisos luminosos de afivelar cintos. Em caso de despressurização, máscaras cairão automaticamente. Puxem uma delas, coloque-a sobre o nariz e a boca, ajustando o elástico em volta da cabeça. Depois auxilie os outros, caso necessário. Esta aeronave possui seis saídas de emergência: duas portas na parte dianteira, duas saídas sobre as asas e duas portas na parte traseira. Cartões com instruções detalhadas de segurança encontram-se na bolsa à sua frente. Lembramos que o assento de sua poltrona é flutuante. Tenham todos uma boa viagem.”
Ela descia linda pelas escadas, toda maquiada, cabelos presos em coque, de tailler azul marinho, boina, salto alto, meia-calça... chiquérrima. Carregava consigo uma mala de rodinhas – um luxo na época, exclusividade de comissários de empresas de aviação. No peito, as asas da empresa brilhavam num broche. Via nela uma mulher livre, viajada, bela, culta, bem sucedida. Dominar idiomas há 20 anos era privilégio de poucos. Enxerguei ali a possibilidade de um futuro ideal para mim.
Foi assim que quis ser aeromoça - primeira profissão que passou pela minha cabeça seguir. Eu tinha sete anos e ficava encantada, paralisada, quando minha vizinha do andar de cima chegava ou saía de viagem. Pedi para minha mãe me matricular numa escolinha de inglês e comecei a realizar esse sonho. Prática, não?! Sempre fui assim, decidida. Parando para pensar agora, até hoje sou movida visualmente muitas vezes...
Engraçado como certas pessoas nos marcam, influenciam nossas vidas, mas por vezes não sabem como foram importantes para nós. Ao reencontrar a minha ‘musa’ inspiradora no Orkut esses tempos, contei-lhe sobre como interfiriu em minha infância querida, fazendo-me tomar um rumo. Mas não tornei-me uma moça dos ares, e, hoje também não existe mais aquele glamour envolvido à profissão.
Com a democratização das viagens aéreas, perdeu-se o luxo nesse ramo - as refeições a bordo, a pontualidade britânica das decolagens e o bom inglês anteriormente exigido. Por outro lado, ganhou-se em facilidade para viajar, em preços mais acessíveis, em novas companhias e rumos. Foi-se o tempo em que voar era apenas um projeto de Alberto Santos Dumont.
Ela descia linda pelas escadas, toda maquiada, cabelos presos em coque, de tailler azul marinho, boina, salto alto, meia-calça... chiquérrima. Carregava consigo uma mala de rodinhas – um luxo na época, exclusividade de comissários de empresas de aviação. No peito, as asas da empresa brilhavam num broche. Via nela uma mulher livre, viajada, bela, culta, bem sucedida. Dominar idiomas há 20 anos era privilégio de poucos. Enxerguei ali a possibilidade de um futuro ideal para mim.
Foi assim que quis ser aeromoça - primeira profissão que passou pela minha cabeça seguir. Eu tinha sete anos e ficava encantada, paralisada, quando minha vizinha do andar de cima chegava ou saía de viagem. Pedi para minha mãe me matricular numa escolinha de inglês e comecei a realizar esse sonho. Prática, não?! Sempre fui assim, decidida. Parando para pensar agora, até hoje sou movida visualmente muitas vezes...
Engraçado como certas pessoas nos marcam, influenciam nossas vidas, mas por vezes não sabem como foram importantes para nós. Ao reencontrar a minha ‘musa’ inspiradora no Orkut esses tempos, contei-lhe sobre como interfiriu em minha infância querida, fazendo-me tomar um rumo. Mas não tornei-me uma moça dos ares, e, hoje também não existe mais aquele glamour envolvido à profissão.
Com a democratização das viagens aéreas, perdeu-se o luxo nesse ramo - as refeições a bordo, a pontualidade britânica das decolagens e o bom inglês anteriormente exigido. Por outro lado, ganhou-se em facilidade para viajar, em preços mais acessíveis, em novas companhias e rumos. Foi-se o tempo em que voar era apenas um projeto de Alberto Santos Dumont.
Hoje, por sinal, faz 103 anos que o visionário cientista alçou vôo por cerca seis segundos, 60 metros, e a uma altura de três metros no Campo de Bagatelle, em Paris. Com seu 14 Bis Oiseau de Proie II (‘ave de rapina’ em francês), Santos Dumont foi o primeiro homem a voar de avião, sob os olhares atentos de testemunhas, um público admirado e entusismado. Quando vamos alto nos sonhos, eles acontecem.
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