Não há como descrever a sensação de estar entre fiéis amigos, companheiros de longa data, parcerias memoráveis de momentos que não voltam mais.
Assim estive em abril deste ano, quando voltei a Porto Alegre em visita rápida a trabalho. Reencontrei então (ex) colegas de faculdade, pessoas com quem dividi uma fase singular de minha vida, meu conhecimento, meus sonhos.
Bom ver que, mesmo com o tempo que passou (e a distância que nos afastou), continuamos os mesmo, em versões melhoradas, mais sofisticadas. Em 2010 completa dez anos que nos conhecemos, que iniciamos um período determinante de nossas vidas, que ingressamos de cabeça no universo do saber, a academia.
Eram tantas as ideologias, os conceitos, a imaturidade misturada à vontade de acertar, a garra, a energia e a ousadia... Hoje os anos pesam mais e as preocupações sobre o futuro incomodam como nunca antes. Estamos nós velhos antes dos 30? Esses dias fiz esse questionamento em meio a uma discussão sobre (erradas) formas de escrever, citando a linguagem da internet/computador, e causei.
Não paramos para pensar nisso, mas sentimos na pele a responsabilidade de já ter deixado algumas marcas, lembranças, e, principalmente, não demorar mais para fazer o que mais tiver que ser feito porque o descer da areia na ampulheta não favorece a 'juventude'. Hoje estou com a mesma idade daqueles (não tão) jovens que me iniciaram politicamente, digamos assim.
O Acampamento da Juventude do Fórum Social Mundial serviu de laboratório para as práticas de um Outro Mundo Possível, e assim o tornamos realidade naqueles poucos, mas infinitos, dias no Parque da Harmonia, acampados, militando, dando o nosso melhor àquilo que acreditávamos. Com essa experiência vejo como é importante e essencial que se viva por inteiro cada momento.
Fico por vezes nos imaginando mais velhos mesmo, daqui a algumas décadas, quem sabe, como há pouco completou Woodstock 40 anos já! O tempo voa... e daqui a pouco seremos nós como nossos pais, como aqueles coroas old school que víamos e admirávamos seu estilo de vida. Vão respeitar nosso conhecimento? O que será que as novas gerações vem a trazer, a tentar transgredir?
Seja o que for, que fique claro que ainda temos muito a fazer. Sim. As buscas agora são outras - estabilidade, reconhecimento, segurança etc, mas o que importa ainda é a troca. Tão bom poder estar entre iguais, com os convivas, e sentir-nos 'em casa', falando a mesma língua, exteriorizando idéias similares de visão de mundo, compartilhando mesmos anseios e vontades.
Seja em Porto Alegre ou São Paulo, socializar não tem preço! É de graça... E é isso, companheiros.
Putz, se imaginar com 40 é algo cruel, mas tá chegando. Compartilho sentimentos e visões.
ReplyDeleteO pior, é ver o tempo passar e não ter a certeza de se estar melhorando. Muitas vezes as melhoras são imperceptíveis, enquanto as pioras(assim que se escreve?) - ganho de barriga e perda de memória- estão ali o tempo inteiro. Necessário e bacana é ter amigos, ainda que distantes, ainda que pouco presentes, mas sempre saudosos, os quais nos fazem perceber essas coisas. Grande beijo.