(ou melhor, 12.525)
Foi anteontem o aniversário de 40 anos do telejornal mais visto na História do país - o Jornal Nacional. Tendo em vista sua popularidade, não sei o que mais caracteriza a televisão brasileira: os reclames do plim plim, anunciando os intervalos da emissora, ou o ‘boa noite’ dos âncoras iniciando e encerrando todas as edições do noticioso global.
MUITA gente responde aos apresentadores, como se eles fizessem parte da família e estivessem ali, em suas casas. E estão, na verdade. Todas as noites, no horário nobre da TV, uma dupla entra na sala das residências desse Brasil enorme transmitindo as notícias do dia - isso há quatro décadas já, ininterruptamente. A intimidade é inevitável.
Na noite do dia 1 de setembro de 1969, Cid Moreira e Hilton Gomes estrearam na bancada do noticiário, o primeiro a ser transmitido em rede ao vivo para todo o país. Em 1972, Sérgio Chapelin (atualmente, no Globo Repórter) substituiu Gomes. Os mais jovens não têm essa memória, mas Cid e Chapelin foram os dois jornalistas que por mais tempo ficaram à frente do telejornal.
As mudanças que deixaram o Jornal Nacional com a cara que ele tem hoje aconteceram em 1996, com a colocação de William Bonner e Lillian Witte Fibe. Lílian permaneceu por dois anos no posto, quando a já esposa de Bonner, Fátima Bernardes, entrou em seu lugar. O casal, desde então, tem a responsabilidade de informar diariamente os brasileiros sobre os principais fatos ocorridos no país e, conseqüentemente, conquistaram a confiança desses fiéis telespectadores.
Num processo que deve ser o mais estressante possível, notícias são transmitidas num formato que muitas vezes questiona-se se é o mais apropriado. Um exemplo: sabe-se que numa época de intensa inflação, quando a insatisfação do povo era enorme, tentava-se amenizar a situação encerrando o jornal com notícias bobas (mas prósperas) sobre nascimento de animais em zoológicos. Há de se convir que pouco importa a muitos cidadãos que estão passando por dificuldades se os macacos de São Paulo estão se reproduzindo em cativeiro, ou não. Na boa.
Nunca tive vontade de trabalhar num telejornal diário justamente pelo corre-corre e pelo grau de importância que esse tem para a corporação, para os interesses e negócios de empresas, para a sociedade como um todo. Já trabalho num programa de entretenimento, que é semanal, de 18 minutos de conteúdo, com equipe mínima (considerando hoje os mais de 4.500 profissionais envolvidos em todo o processo de produção do JN, aqui e no exterior) e já tenho problemas consideráveis, suficientes ao meu ver. Com todo o respeito e admiração, deixo isso a cargo de quem tem vontade para. Minha fome é outra.
As comemorações para esse aniversário começaram há cinco meses, com reportagens especiais mostrando o que foi e quem fez a notícia nesse longo período. Nada de político foi abordado, no entanto, e a explicação é lógica e esperada, conhecendo-se o tom cordial da Rede. Um telejornal que inicia sua transmissão em meio à ditadura militar (inclusive no ano mais duro desse lamentável capítulo de nossa História), deve não só ao povo explicações – se é que me faço clara. Mais fácil enfiar o dedo em outras feridas.
Ao clássico estilo ‘Nacional’, suavizando ao finalizar, encerro de forma amena esse post: Mudaram cenários, apresentadores, repórteres, recursos tecnológicos, penteados e figurinos (e abro um parênteses aqui dedicado à ousadia dos brincos mais compridos hoje usados por Fátima, que dão um toque de maior feminilidade à seriedade necessária ao cargo), mas os 'boas noites' continuam sempre os mesmos – 12.524 até terça-feira.
Foi anteontem o aniversário de 40 anos do telejornal mais visto na História do país - o Jornal Nacional. Tendo em vista sua popularidade, não sei o que mais caracteriza a televisão brasileira: os reclames do plim plim, anunciando os intervalos da emissora, ou o ‘boa noite’ dos âncoras iniciando e encerrando todas as edições do noticioso global.
MUITA gente responde aos apresentadores, como se eles fizessem parte da família e estivessem ali, em suas casas. E estão, na verdade. Todas as noites, no horário nobre da TV, uma dupla entra na sala das residências desse Brasil enorme transmitindo as notícias do dia - isso há quatro décadas já, ininterruptamente. A intimidade é inevitável.
Na noite do dia 1 de setembro de 1969, Cid Moreira e Hilton Gomes estrearam na bancada do noticiário, o primeiro a ser transmitido em rede ao vivo para todo o país. Em 1972, Sérgio Chapelin (atualmente, no Globo Repórter) substituiu Gomes. Os mais jovens não têm essa memória, mas Cid e Chapelin foram os dois jornalistas que por mais tempo ficaram à frente do telejornal.
As mudanças que deixaram o Jornal Nacional com a cara que ele tem hoje aconteceram em 1996, com a colocação de William Bonner e Lillian Witte Fibe. Lílian permaneceu por dois anos no posto, quando a já esposa de Bonner, Fátima Bernardes, entrou em seu lugar. O casal, desde então, tem a responsabilidade de informar diariamente os brasileiros sobre os principais fatos ocorridos no país e, conseqüentemente, conquistaram a confiança desses fiéis telespectadores.
Num processo que deve ser o mais estressante possível, notícias são transmitidas num formato que muitas vezes questiona-se se é o mais apropriado. Um exemplo: sabe-se que numa época de intensa inflação, quando a insatisfação do povo era enorme, tentava-se amenizar a situação encerrando o jornal com notícias bobas (mas prósperas) sobre nascimento de animais em zoológicos. Há de se convir que pouco importa a muitos cidadãos que estão passando por dificuldades se os macacos de São Paulo estão se reproduzindo em cativeiro, ou não. Na boa.
Nunca tive vontade de trabalhar num telejornal diário justamente pelo corre-corre e pelo grau de importância que esse tem para a corporação, para os interesses e negócios de empresas, para a sociedade como um todo. Já trabalho num programa de entretenimento, que é semanal, de 18 minutos de conteúdo, com equipe mínima (considerando hoje os mais de 4.500 profissionais envolvidos em todo o processo de produção do JN, aqui e no exterior) e já tenho problemas consideráveis, suficientes ao meu ver. Com todo o respeito e admiração, deixo isso a cargo de quem tem vontade para. Minha fome é outra.
As comemorações para esse aniversário começaram há cinco meses, com reportagens especiais mostrando o que foi e quem fez a notícia nesse longo período. Nada de político foi abordado, no entanto, e a explicação é lógica e esperada, conhecendo-se o tom cordial da Rede. Um telejornal que inicia sua transmissão em meio à ditadura militar (inclusive no ano mais duro desse lamentável capítulo de nossa História), deve não só ao povo explicações – se é que me faço clara. Mais fácil enfiar o dedo em outras feridas.
Ao clássico estilo ‘Nacional’, suavizando ao finalizar, encerro de forma amena esse post: Mudaram cenários, apresentadores, repórteres, recursos tecnológicos, penteados e figurinos (e abro um parênteses aqui dedicado à ousadia dos brincos mais compridos hoje usados por Fátima, que dão um toque de maior feminilidade à seriedade necessária ao cargo), mas os 'boas noites' continuam sempre os mesmos – 12.524 até terça-feira.
Muito bom! Adorei....
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