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Wednesday, 30 September 2009

nova faceta


Pra começar, facebook é f*da!

Uma mistura de twitter com orkut resultou na combinação perfeita para uma vitrina pessoal. As pessoas passam hoooooras ali, disponíveis ou não, e dizem como estão se sentindo, o que estão fazendo, divulgam eventos e postam suas fotos, preferências... (suas) vidas que seguem.

A exposição da 'vida como ela é' acontece on time, fulltime. So fast. Assusta, mas se formos pensar nisso saímos da rede, perdemos muitos contatos – mas sobre CONTATO tenho outra teoria: as pessoas hoje se falam mais virtualmente que ao vivo, ou por telefone. Está se perdendo o calor das coisas, ou ele está migrando pra web mesmo. Sintoma dos novos tempos.

Virou febre: dica bafo, biscoito da sorte, mil testes, tantos gifts e mágoas distribuídas... ADORO! Todo mundo curte, comenta, satiriza. Rolam diversos debates inúteis e outros tantos sadios, analogias incríveis e frases infames. Nisso os muitos amigos facetados são craques. Quem ainda não tem, não sabe o que está perdendo! MESMO.

Hoje, tenho a impressão de que se exibe mais que se contempla. Por vezes me ocorre isso. Mas há no ‘facefofoca’ uma preocupação de ser bem aceito naquilo que se explicita ali? Sinceramente, não sei. Devido a inúmeras colocações infelizes, faz-se necessária e URGENTE a possibilidade de não se curtir as coisas. Por favor!

Demorei para engatar no uso de seus recursos, de entende-lo, mas hoje me agrada imensamente. Já não vejo mais graça nos outros, inclusive até no contemporâneo do passarinho. E iogurte é coisa do passado, saiu de moda - culpa de sua popularização? Provavelmente. Vejo excessivas postagens de auto-retratos, recadinhos piscantes, e só penso que breguice no orkut dos outros é refresco! Há meses mal abro o meu.

Agora são tantas as possibilidades com o azulzinho... Opa! (bafo: e até manipular resultados - dica "pataxó"!) É mais divertido que novela das oito, garanto. É reality online. E nessa nova onda, tem gente que vive nos acompanhando (aos risos, suponho).

... and f*ck the rest!

Monday, 28 September 2009

não me reconheço

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Minha energia está em transe. Os dias tem sido tristes, os problemas, tantos; o sono, pouco; as alternativas, rasas; a angústia, intensa; o cansaço, mortal; os amores, falhos; a tensão, imensa; o trabalho, estafante; o dinheiro, contado; o estresse, angustiante; as incertezas, todas. A fome devasta, a saudade assola, e a esperança me toma (ainda bem!). Já desejei que meu dia tivesse 48h para dar conta de tudo, mas não é por aí... Calma!

Voltar a roer as unhas foi a pior das atitudes que poderia ter tomado. O bruxismo está voltando também... Por que temos certas recaídas? Por que o vício das madrugadas me toma, as preocupações me ocupam a mente e os dias, sem fim, não me deixando sonhar em paz, respirar aliviada? Ai, meu vitiligo, minha eterna dor nas costas... Ninguém merece! Tudo-ao-mesmo-tempo-aqui-agora - isso é enlouquecedor.

Há tempos essa não sou eu... Era mais carpe diem, do vôlei, da salada, da academia, da praia, do
samba etc. Falta-me tempo de eu ser eu mesma de novo, a Vavá de sempre. Onde fui parar? Quero me encontrar onde me perdi, mas não na internet. Por hora, quero massagem, abraço e beijo na boca, banho de mar e cervejinha no final de semana, amigos por perto pra relaxar.

Olho no espelho e não me vejo como antes, enxergo os sinais do mau tempo. É, deprê (mas passa). Já houve piores - culpa de um casamento infeliz, da falta de perspectiva, de alegria mesmo. Agora a situação é outra: uma confusão total de sentimentos. Normal, eu acho, mas chatinha enquanto se vive. Sei que estou por perto, que 'volto logo'. Penso, consciente, diante de meu reflexo, que não sou o que enxergo - não o que me habita e vive em mim normalmente. Sorry.

Sunday, 27 September 2009

com o passar do tempo


Dedico este post àquelas ‘mocinhas’ que posaram como modelos (não há 30, 40 ou 50 anos, quando estavam no auge de sua juventude e tinham apenas duas décadas de vida, mas recentemente) em 2005 e 2007, mesmo tendo nascido por volta de 1940/50. São elas as Gurias do Calendário, pin ups de uma outra geração.

As descobri em entrevista no Jô, em outubro do ano retrasado. Achei fantástica a idéia de explorar e exibir a beleza da mulher mais madura, nua, em calendários, como era de praxe se mostrar corpos esculturais, curvas perfeitas e poses ousadas. Essas fotos serviam de inspiração para rapazes que, em função de um período de guerras, não podiam namorar pela distância de casa.

Márcia Papaleo é o nome da responsável por este projeto que, óbvio, num primeiro momento assustou a muitos. Após duas edições femininas, esse método de levantar a auto-estima de senhoras com seus mais de meio século vividos, foi eficaz e convenceu quem ainda poderia duvidar dele.

Gravei com esse grupo cheio de alegria, disposição e (por que não?) sensualidade em abril deste ano para o programa – a matéria foi ao ar já faz um tempinho no Sexy Hot. Quem quiser ver matéria que saiu no informativo deles de maio pode acessar o link lá embaixo, do lado esquerdo, em ‘thereabouts’.

Pude ver in loco a vivacidade de uma geração que idolatrou a beleza de Marylin Monroe, por exemplo. Ouvi diferentes depoimentos daquelas mulheres que muito retratam conceitos da época. São muitas experiências de vida que nos incentivam a seguir lindos até os 80, 90... até quando for! Dá alegria conhecer e estar com gente assim.

E este ano temos novidades. Mais uma vez ousando, Márcia irá publicar uma versão masculina do calendário em 2010. Serão doze fotos agora de rapagões mostrando todas as marcas vividas, tanta fome e sede de viver. Tenho certeza que os Guris do Calendário vão arrasar! Preparem-se. E vem aí uma matéria sobre eles - em breve, no Zona Quente.

Para finalizar, parabenizo a todos pela coragem de levar tal iniciativa adiante. Assim, esses 'jovens' nos fizeram ver de fato que só com o passar do tempo é que mostramos quem e como somos, realmente. Feliz Dia do Idoso para todos, merecidamente.

Mais infos do projeto em
www.marciapapaleo.com.br.

Saturday, 26 September 2009

don juan


Após recauchutagem, minha tartaruguinha volta à boa forma, cheia de energia e 'amor' pra dar. Segue agora frenética, mais ninja do que nunca.

Friday, 25 September 2009

no clima


Uma viagem no tempo em uma ida ao centro do Rio de Janeiro nos leva ao Cabaré das Rosas. É num casarão antigo e super bem decorado que rola um ‘aquece’ cult e quente agora.

O retorno ao clima de Cabaré do início do século passado está com tudo! Hoje em dia existem algumas boas alternativas para quem quer curtir esse clima retro, très chic.

O empreendimento abriu esse ano e já acumula habitués. Suas noites com apresentações exóticas são um chamariz para a clientela mais open mind na cidade. Uma opção de after happy hour, cedinho, que deu certo.

Às quintas-feiras a conterrânea Alexandra Scotti faz o ‘Pin up Show’ lá. Aproveitado a oportunidade do gancho, gravamos ontem uma matéria sobre esse revival todo e me surpreendi com a ousada performance de Miss Scotti. É perfeita para a casa e Xanda está 'MUITO BEM, obrigada'!

Diversos fetiches são trabalhados em palco. Com um figurino super sexy, e uma cenografia e interpretações bárbaras, a ruiva causa furor no público. Entre corsets, boas, ligas, salto altos, cruzada de pernas, caras e bocas a moça arranca suspiros da plateia.

Questiono-me por vezes até que ponto algumas coisas comuns (e até light demais) para mim, desconsertam os outros. Há de se convir que muita gente ali não está acostumada com tais tipos de apresentação em que o mostra-não mostra provoca, deixando gostinho de quero mais.

E é bem por aí que as pin ups encantam, pelo híbrido de sua inocência e sensualidade. Acredito que não teríamos melhor entrevista que a dela... Quem se interessar, passe lá às 21h. A temporada foi prorrogada até final de outubro.

Viva a Belle Époque francesa que tanto inspirou o mundo com seu glamour e sex appeal. Aproveite essa ‘moda’ e entre no clima!

Mais de Alexandra Scotti em http://www.alexandrascotti.com.br/.

* a matéria sobre Pin Ups vai ao ar no último sábado de novembro, às 20h, no Sexy Hot. Outra, sobre o retorno do estilo Cabaret, será exibida em dezembro.

Thursday, 24 September 2009

on(das) duras


Golpe de estado - armas no lugar de votos, tiros contra palavras, tortura punindo ideais.

Isso não soa como uma coisa do passado? Pois deveria. A mim, pelo menos, remete aos velhos tempos de Guerra Fria... (em especial, às ditaduras militares nas Américas). Infelizmente estamos longe disso, de ter essa situação em páginas viradas da História.

Existe toda uma convenção internacional em prol da humanidade, direitos humanos, meio ambiente e o caramba... do tido como ‘politicamente correto’. Mesmo assim, a tomada do poder à força continua sendo uma realidade política no mundo atual.

O último tombo da democracia foi com a derrubada do presidente hodurenho Manuel Zalaya, no final de junho deste ano. Desde então pretendia abordar o assunto, fazer a mula rugir, mas acabei perdendo o timing e demorando para pauta-lo.

Agora, não pude perder a oportunidade de, enfim, comentar sobre o ocorrido, tendo como gancho os acontecimentos recentes. Mel, como é “carinhosamente” chamado por seus defensores e simpatizantes, ganhou visibilidade principalmente aqui no Brasil.

Deposto por pretender, através de uma consulta popular, alterar a constituição nacional, em prol de uma possível recandidatura, foi obrigado a deixar o país, rumo à Costa Rica. Insatisfeito, Zalaya permaneceu por lá até decidir retornar a Honduras afim de reassumir seu cargo.

Depois de uma tentativa frustrada no início de julho, ele enfim conseguiu voltar a seu país. Há três dias, ele se encontra refugiado na embaixada brasileira em Tegucigalpa. Sim, ele está sob nossos ‘cuidados’, o que gerou uma série de questionamentos sobre essa relação diplomática.

Independente de quem o ajudou, e se somos pró-Zalaya de fato, o que gostaria de manifestar aqui é meu desapontamento com a falta de liberdade que sofrem ainda as sociedades. O povo não tem mais voz, nem sequer o direito de se expressar através de práticas legítimas dessa forma de governo em que, supostamente, vivemos.

As eleições refletem a vontade dos cidadãos - da maioria, claro. Milhares de pessoas estão nas ruas todos os dias mostrando-se contra o terror, infringindo o toque de recolher instaurado, lutando por seus direitos, seus ideais. Uma guerra civil está acontecendo lá AGORA.

Se os militares se repetirem outras tantas vezes, tomando o poder para si em ocasiões em que se vêem contrariados e sem o apoio popular, deveria então ser mudado o esquema. O sistema adotado tem sido outro, de repressão. Que seja assumida tal postura. Ironia falar de 'poder' quando os agressores se mostram fracos ao se esconderem atrás de máscaras, disfarçando seus reais objetivos, suas metas.

Não só na América Latina, agora, mas assim como no Irã e Afeganistão, atenções devem ser voltadas e medidas, tomadas (não para benefícios econômicos capitalistas de reestruturação mercantil dos hegemônicos EUA, e que nem sejam feitas por eles, se for o caso). É fundamental apoios internacionais, coerência e transparência nessas negociações, nesses acordos que determinam a vida de todos, direta ou indiretamente.

No mínimo, que se saiba quais são e onde estão realmente as fronteiras, quem as delimita, defende, quem as renega, para onde se pode ir (se tiver como...). Lamentavelmente, nesse modelo em que nos encontramos, coisas básicas, como informação, paz, possibilidade de escolhas e oportunidades, não são para todos - mas deveriam!

Não dá mais para tapar o sol com a peneira. Essas ondas tem sido duras.

Wednesday, 23 September 2009

o que me faz desabrochar


Podrán cortar todas las flores, pero nunca terminarán con la primavera.


Desconheço melhor poeta que Pablo Neruda para versar sobre a nova estação que se inicia esta noite. A força das flores, todo seu poder de sedução e encanto, a vivacidade de suas cores e a delicadeza de seu ser estão em suas palavras e embelezarão as ruas daqui por diante. Vão inspirar os dias até o verão chegar.

Essa é a magia que só a primavera tem: clima para sair de casa, andar de bicicleta, caminhar, ouvir o barulho das folhas nas árvores, sentir o vento ainda fresco no rosto, e a essência das coisas, seu perfume, natureza. Nesses meses, é bom estar de coração e peito abertos, cheios de amor para dar; afinal, é época de procriar. Tempos próprios e prósperos para se apaixonar, permitir-se.

E sobre o que há de melhor nessa vida, de um Neruda romântico e perspicaz:

Quiero hacer contigo lo que primavera hace con los cerazos.

É isso... direto, grande, intenso, completo. Adoro.

Tuesday, 22 September 2009

para amar sem medo


Hoje é o Dia dos Amantes, e para aproveitar esse data ao máximo, use camisinha.

A respeito disso, 'outra' campanha:

Nem sei quando foi (e como) descobri a existência de tão excêntrico apetrecho – este, aqui ao lado: um colocador de camisinhas. Mas desde que soube de sua existência, tenho tentado divulgar sua função e benefícios, afim de popularizar agora o ‘vermelhinho’. Estou engajada nesta causa.

Essa engenhoca, inventada por Willem van Rensburg e projetada pelo designer Roelf Mulder foi nomeada o objeto mais bonito da África do Sul na exposição Design Indaba Beautiful Objects, na Cidade do Cabo, em 2007, onde derrotou outros 14 diferentes produtos. A peça original faz parte da coleção permanente do Museu de Arte Moderna de Nova York. Vocês conheciam? Pois ela existe desde 2002...

Criado na África, o artefato veio para colaborar na prevenção da Aids, que assola o continente. Desde a sua identificação, em 1981, a Síndrome de Deficiência Imunológica Adquirida, já matou 22 milhões de pessoas em todo o mundo. E hoje, a doença avança alarmantemente. Estima-se que 1/4 da população africana esteja infectada. Oito novos casos são registrados a cada minuto. Socorro!

Manifestado por muitos homens (e mulheres), o problema em usar o preservativo masculino está na sua colocação demorada. Quando desastrosa, esses instantes podem resultar inclusive na perda do clima, da ereção, tesão, paciência... e então da razão também, pois é quando se desiste de usar o preservativo.

Para mim, é desculpa esfarrapada e inconsequente essa atitude que leve ao não uso do preservativo em relações sexuais casuais, ou quando há rotatividade de parceiros (seja qual for o ‘acordo’ entre os casais – ou partes envolvidas). Camisinha tem que usar. E vejo esse apetrecho como a salvação de muitos casos desse impasse com sua colocação, o que implica, aliado á irresponsabilidade de muitas, a prática de sexo de risco.

Infelizmente esse aplicador ainda não é comercializado fora de seu país de origem. Agora, alguém me explica POR QUE isso, enquanto milhares de pessoas são contaminadas descontroladamente no planeta! Uma tentativa frustrada no site do seu fabricante, a 
Pronto Condoms, e nada de explicações quanto a investimentos públicos para agilizar o processo. Já supunha que a resposta iria me deixar ainda mais indignada do que a falta dela...

Acredito que esse produto, assim que acessível, deverá ser o maior aliado do sexo seguro nos dias de hoje, pois diminui o tempo da colocação dos 30 segundos normais para apenas três. Muito bom, rapidinho – PÁ PUM! Quando ver, já foi. Essa facilidade em lidar com a camisinha deve incentivar seu uso, é o que se espera principalmente nos países onde sua utilização não condiz com a realidade do lugar, onde mais de 15% da população é soro positiva.

Por ser um “sex toy”, o bacana é que ainda dá para caprichar no ato e introduzi-lo nas relações brincando com a situação, criando todo um mise-en-scène (como já acontece, ou deveria ao menos, mesmo só pondo camisinha ‘avulsa’, sem o aplicador). As parceiras que não recorrem à boca, ou a alguma outra ‘descontração’, não sabem a arma de sedução que estão deixando de usar para apimentar tal momento que para muitos pode ser um “problema”.

Gostaria de parabenizar os responsáveis por esta idéia genial e criticar a indústria sexual e os órgãos públicos responsáveis por demorarem tanto para torná-la realidade acessível à população, carente de ‘alternativas’ inteligentes que primem pela vida sexual saudável das pessoas. Fico triste que, mesmo em meio a esse quadro mundial cruel da doença, não se questione possibilidades de popularizar ao máximo tão preciosa ferramenta. É foda! – literalmente.

Enquanto nada é feito nesse sentido, fica o toque para que os amantes procurem por camisinhas que atendam às suas necessidades. Existem no mercado diversas marcas, com diferentes modelos e funcionalidades – com textura, espermicida, mais lubrificante, extra sensível, extra grande, que brilha no escuro e até que vibra...Enfim, com cada um na sua, opções não faltam para que se ame sem medo, de forma segura, politicamente correta e sexualmente feliz.

Apliquem essa idéia!

Monday, 21 September 2009

ave gadú


Acabei de voltar boquiaberta da rua. Já tinha ouvido a promessa dessa menina, elogios mil a seu trabalho, mas só hoje pude conferir por mim mesma, ao vivo, o poder de sua voz. O show me arrepiou. No repertório canções envolventes, boa melodia... e ela, é um doce! Simples assim. Tudo de bom essa nova artista da música brasileira.

Uma jovem paulista que veio, de mansinho, para ficar. Sua semelhança ao estilo da imortal Cássia Eller surpreende, mas não a limita. Tem luz própria. Com nove músicas autorais logo no primeiro disco, uma delas embalando os protagonistas do folhetim do horário nobre global, atingiu fácil o primeiro lugar entre as mais pedidas de diversas rádios no Brasil.

Suas apresentações tem lotado, TODO mundo canta suas letras, interage com ela e a deixa um tanto sem graça com tamanho assédio. Visivelmente inesperado por ela, mas merecido. Maria Gadú é um fenômeno. Veio pronta e ganhou todo mundo. Caiu no gosto do povo e da crítica. Bom ver alguém tão talentoso estourar assim, com conteúdo, qualidade inquestionável e carisma - que é fundamental.

Há muito tempo que se vê artistas mais popularescos e de menor quilate atingir as massas, ganhar visibilidade, rios de dinheiro. Felizmente ela é o exemplo de uma receita que deu certo, e espero que renda muitos outros frutos. Hoje até as rádios mais alternativas podem tocar o hit Baba Baby sem vergonha... Na voz dela, está valendo. E nesse saldo positivo, encerro com seu ‘Encontro’ (que bem poderia ser meu…):

Olhe só
Como a noite cresce em glória
E a distância traz
Nosso amanhecer
Deixa estar que o que for pra ser vigora
Eu sou tão feliz
Vamos dividir

Os sonhos
Que podem transformar o rumo da história
Vem logo
Que o tempo voa como eu
Quando penso em você

Mais da moça em: www.myspace.com/mariagadu.

E mais um pouco de mim, por ela, em seu ‘Altar Particular’:

Estou com tudo a flutuar no rio
Esperando a resposta ao que chamo de amor

Cheia de Graça... Ave Gadú!

Sunday, 20 September 2009

ventos desgarrados


Hoje é feriado na querência amada. Dia para se comemorar a Revolução Farroupilha, motivo de orgulho no pago. As bailantas já começaram faz tempo no Parque Harmonia, em Porto Alegre, pois é em uma semana inteira que festejam os farrapos.

Há muito que não sou mais a gaúcha que sempre fui, patriota, bairrista... o sotaque, então, há tempos não carrego nos 's' e o 'tu' agora nem sempre sai com tanta naturalidade. Claro que nunca irei deixar de ser colorada, de soltar um 'bah' que outro, ou até um 'tchê' de indignação, mas a frequêcia com que isso acontece vai diminuindo proporcionalmente ao meu tempo de estrangeira.

Hoje mesmo, no almoço, falamos sobre esse comportamento tão nobre, ao meu ver, de trazer consigo, aonde quer que se vá, o amor pela terra, sua tradição. Nós, gaúchos, temos isso mais forte que qualquer paulista, carioca, baiano ou mineiro. Não adianta. É uma cultura que está enraizada, que nos é passada na infância querida e que exercemos com o passar dos anos no núcleo familiar, na escola, trabalho e até nas mesas de bar.

Vejo feliz as incontáveis bandeirinhas do Rio Grande coladas nos carros, espalhadas pelo Brasil. Para ser BEM sincera, desconheço a de qualquer outro estado, e aposto que as próprias pessoas naturais deles também. Outro exemplo disso é o hino. Nunca cantei o hino nacional sem na sequência vir o nosso. Aposto com quem quer que seja que pelo menos uma estrofe do Hino Rio Grandense qualquer gaúcho lembra. E o do Rio de Janeiro, que já foi capital nacional, alguém conhece?

Essa é a diferença, eu acho. A disciplina, a educação, o rigor em se trasmitir o que é nosso, socializar as tradições, imortalizá-las, de pai pra filho. O que o meu me ensinou? A gostar de tango, de música em castelhano, de cavalos, de jogatinas, da liberdade de sentir o vento no rosto e ganhar a vida pelos campos, estradas.

Muitos não sabem de nossa história, mas o verdadeiro gaúcho é aquele que desgarra. E os ventos os levam para onde for, pelos pampas afora. Tem CTG em tudo o que é lugar do mundo para não me deixar mentir. E nossa tragetória pode ser melhor compreendida pelas palavras de Érico Veríssimo no inesquecível (e insuperável) romance O Tempo e o Vento, um marco de nossa literatura nacional, uma paixão pessoal, que me inspira até hoje.

Sempre vi um certo capitão Rodrigo em meu pai e sei que tem um quê de Ana Terra em mim. Amo, e ninguém me tira isso. São os ventos desgarrados que sopram, carregados de saudades, e que por isso não nos deixam esquecer... Já dizia Barbará: viram copos, viram mundos, mas o que foi, nunca mais será. Nunca mais. Hoje minha realidade é outra: sou QUASE uma carioca já.

Saturday, 19 September 2009

a perder de vista


Fiquei que nem pinto no lixo ontem em meio à programação do Festival do Rio deste ano que começa semana que vem e vai até o dia oito de outubro.

São mais de 300 longas e curtas metragens de mais de 60 países diferentes divididos por temáticas e formatos, em mostras diversas, que serão exibidos em vários locais da cidade. A edição deste ano conta com filmes inéditos no Brasil, premieres internacionais, latino-americanas e nacionais.

O Festival do Rio é o maior da América Latina e serve de vitrina para o cinema desses países, além de abrir portas para o nosso cinema independente. Fiquem ligados na programação que sempre tem alguma coisa que agrade, que interesse e seja realmente boa.

Espero que eu consiga pautas bacanas para o programa, bem como rendeu ano passado. Falta só arrumar (boa) cia com disposição para a maratona de sessões, afinal "no escurinho do cinema...". Dá-lhe pipoca e drops de anis! São atrações que não acabam mais, a perder de vista

A programação completa está em: http://www.festivaldorio.com.br/.

Friday, 18 September 2009

quanto mais eu rezo...


Não raro já me peguei questionando-me por que certo caso não deu em nada, que motivos fizeram com que determinada pessoa não tenha se interessado mais e tentado uma história intensa e séria comigo. Isso deve acontecer com várias pessoas. Lamentamos sem nem saber o porquê disso estar acontecendo. Pense, de repente foi melhor assim, pois tem coisa que não é pra gente...

Não esqueço o que minha amiga Maria Fernanda me falou esses dias, quando comentei que estava triste porque uma investida minha não tinha evoluído o quanto eu queria e que estava frustrada com aquilo. Ela me disse o seguinte: que temos às vezes que agradecer a Deus por ele não nos dar o que pedimos. As linhas tortas nos cegam e não nos permitem enxergar que o certo pode não ser tal situação que tanto supunhamos que fosse.

Tento pedir direitinho para não me enganar, perder tempo em causas perdidas, e, claro, para vir o que REALMENTE é para ser, o que quero de verdade e que é melhor para mim. Oro muito para que minhas idéias se mantenham claras sempre, arejadas, sadias e conscientes. Não é legal perder a razão, enlouquecer e cair em qualquer conto do Vigário, achando que esta é a última bolacha do pacote. Há coisas que é melhor que venham com calma, amadurecidas.

Bom, por hora sigo focada, mas... quanto mais eu rezo, mais assombração aparece! Socorro. Quando será que acertarei de fato o alvo certo?

Thursday, 17 September 2009

homem em queda


Na verdade (e infelizmente), caiu já - no meu conceito, na real, na malha fina, no esquecimento... Não Jonathan Briley (e as 200 outras pessoas que, sem saída, optaram pela "liberdade" de vôos imortalizados em imagens que circularam o mundo, mostrando a contragosto seus saltos aflitos para a morte), mas o 'meu'. È morto, e sofro as consequências até hoje. Gostaria somente de saber o quanto o feri nessa história e se é por isso que parece querer me machucar ainda hoje. Assim, restaram só as lembranças ruins em mim.

Em tempos de 11 de setembro (ok, com uma semana de atraso, mas tá valendo!), tudo a ver: ano passado, por essa época, assisti a um doc de 2003 sobre a matéria escrita pelo jornalista Tom Junot para a Esquire, ilustrada por essa fotografia de Richard Drew, da Associated Press, clicada exatamente às 09:41:15 daquela manhã surpreendente, inesquecível e trágica. Até então desconhecia o 'The Falling Man' e sua história que a narrativa de Junot tantava traçar. O homem, ali silencioso em seu mergulho no vazio, gritou ao mundo o sentimento de uma nação. Se possível, vale a pena conferir!

Anos depois, em 2007, Don DeLillo nas 264 páginas de "Homem em Queda” (Companhia das Letras) retrata os efeitos do incidente, a ferida aberta, sentida na pele pelos norte-americanos, que finalmente sofreram uma reação contra o seu comportamento dominador e hegemônico. Evidentemente, o resultado frente a isso foi negativo e eles tiveram suas rotinas alteradas com a instauração de uma nova onda de angústia, incertezas e paranóia quanto a tudo o que é islâmico, visando a possibilidade de novos ataques.

Engraçado como tanta coisa pode mudar em apenas alguns minutos... em um ano então, nossa! - quiçá oito, quando os atentados às torres gêmeas do World Trade Center fizeram cerca de três mil vítimas em Nova York. Hoje, não se morre mais de amores. O Romantismo teve seu fim aqui no Brasil em 1881 com o Realismo machadiano e desde então faz-se vistas grossas aos "fracos", àqueles que se entregam a esse sentimento leviano. Mas foram 45 longos anos de subjetivismo, sentimentalismo, nacionalismo, ufanismo e outros 'ismos' que caracterizaram o estilo e a fase que acarretou o suicídio de muitos jovens. Caído isso, mas real.

Em outro contexto, pode-se dizer que o tempo de queda livre de um objeto/pessoa a uma altura de 411.48m (equivlente a dos edifícios) é de 9.16 segundos, considerando a gravidade = 9.81m/s2. O homem em queda da foto, e não o em questão, levou, portanto, cerca de dez segundos para alcançar o chão saltando do alto de um daqueles prédios - no caso, o da torre norte. Eu, como a última das românticas pergunto: e no meu caso, quanto tempo pode durar uma queda por mim? - ou um 'penhasco', como lá atrás já classificaram certa atração. E eu, até quando fico 'caidinha' por alguém?

Independente, meu 'homem em queda no momento' (no ano passado) deu uma de peixe suicída: AAAAAAAAAAAAA TUM! Morreu. Não existe mais, pois já não é o mesmo de antes. Junto com ele, foi enterrada uma das melhores experiências sexuais que já tive. Surpreendente isso. Por vezes sinto saudades de como foi essa história, como era antes da queda. Quando a 'baixa' no mercado (vertiginosa, de uns tempos pra cá) permitir, surgirá outro disposto a arriscar tão intenso salto. Mas agora quero um que tome Red Bull, para sobreviver às fortes emoções que proporciono, voando alto - como tem que ser.

Wednesday, 16 September 2009

é isso, companheiros


Não há como descrever a sensação de estar entre fiéis amigos, companheiros de longa data, parcerias memoráveis de momentos que não voltam mais.

Assim estive em abril deste ano, quando voltei a Porto Alegre em visita rápida a trabalho. Reencontrei então (ex) colegas de faculdade, pessoas com quem dividi uma fase singular de minha vida, meu conhecimento, meus sonhos.

Bom ver que, mesmo com o tempo que passou (e a distância que nos afastou), continuamos os mesmo, em versões melhoradas, mais sofisticadas. Em 2010 completa dez anos que nos conhecemos, que iniciamos um período determinante de nossas vidas, que ingressamos de cabeça no universo do saber, a academia.

Eram tantas as ideologias, os conceitos, a imaturidade misturada à vontade de acertar, a garra, a energia e a ousadia... Hoje os anos pesam mais e as preocupações sobre o futuro incomodam como nunca antes. Estamos nós velhos antes dos 30? Esses dias fiz esse questionamento em meio a uma discussão sobre (erradas) formas de escrever, citando a linguagem da internet/computador, e causei.

Não paramos para pensar nisso, mas sentimos na pele a responsabilidade de já ter deixado algumas marcas, lembranças, e, principalmente, não demorar mais para fazer o que mais tiver que ser feito porque o descer da areia na ampulheta não favorece a 'juventude'. Hoje estou com a mesma idade daqueles (não tão) jovens que me iniciaram politicamente, digamos assim.

O Acampamento da Juventude do Fórum Social Mundial serviu de laboratório para as práticas de um Outro Mundo Possível, e assim o tornamos realidade naqueles poucos, mas infinitos, dias no Parque da Harmonia, acampados, militando, dando o nosso melhor àquilo que acreditávamos. Com essa experiência vejo como é importante e essencial que se viva por inteiro cada momento.

Fico por vezes nos imaginando mais velhos mesmo, daqui a algumas décadas, quem sabe, como há pouco completou Woodstock 40 anos já! O tempo voa... e daqui a pouco seremos nós como nossos pais, como aqueles coroas old school que víamos e admirávamos seu estilo de vida. Vão respeitar nosso conhecimento? O que será que as novas gerações vem a trazer, a tentar transgredir?

Seja o que for, que fique claro que ainda temos muito a fazer. Sim. As buscas agora são outras - estabilidade, reconhecimento, segurança etc, mas o que importa ainda é a troca. Tão bom poder estar entre iguais, com os convivas, e sentir-nos 'em casa', falando a mesma língua, exteriorizando idéias similares de visão de mundo, compartilhando mesmos anseios e vontades.

Seja em Porto Alegre ou São Paulo, socializar não tem preço! É de graça... E é isso, companheiros.

Tuesday, 15 September 2009

pelos caminhos da metrópole


Ontem o metrô de São Paulo completou 35 anos de serviços à cidade e de benefícios à sociedade, dando mais conforto aos cidadãos, e à natureza, uma vez que reduz o número de veículos em circulação num trânsito já caótico, lento e problemático, emissor de não sei quantos gases à atmosfera.

Usar o metro deixou de ser uma alterativa e passou a ser a solução. É a melhor forma de chegar a qualquer destino, de maneira mais rápida e econômica. Mesmo que para isso seja preciso utlizar mais um meio de transporte, ainda assim, tá valendo - no relógio, no bolso e na saúde. Investir no transporte público hoje é primordial para a vida nas grandes cidades.

Segundo dados da própria empresa, são cerca de 3,3 milhões de passageiros todos os dias que entram ao menos uma vez em algum dos vagões das quatro linhas hoje em funcionamento, que atingem 61,3 km de extensão. Outros 20 km estão em expansão na quinta linha que no final deste ano começa a atender a população, melhorando ainda mais o tráfego pela maior cidade da América Latina.

Sem saber, usufrui desse meio de transporte em dia tão importante. Percorri alguns bons quilômetros embaixo da terra e pela superfície, perambulando da zona oeste a zona norte, e depois zona leste. O bilhete único facilitou minha vida, assim como o acesso aos deficientes visuais ajuda para que todo mundo usufrua do que a cidade tem de melhor.

Fico impressionada e satisfeita em ver os caminhos emborrachados na Paulista, em algumas esquinas e dentro das estações de metrô sinalizando aos cegos onde parar, para onde ir etc. Um luxo! É por essas e outras que mi piace andar em São Paulo, essa cidade tão próspera e cosmopolita, moderna, rica, fascinante.

A exemplo disso, bem que o Rio de Janeiro poderia se espelhar pelos caminhos da metrópole, e construir de fato o metrô até a Barra, ao menos. O Rio seria melhor, e os cariocas mais felizes, já que detestam sinais fechados. Embora a vista aqui seja mais bonita para quem fica 'preso no trânsito', ninguém merece

Metrô é a solução!

Monday, 14 September 2009

faça a diferença


Estou eu numa 'padoca' em São Paulo jantando, quando olho um cartaz que me chama a atenção. Era um display de uma campanha sobre reciclagem de óleo. Isso mesmo: pode-se reciclar óleo. Acreditem. Ele pode ser reutilizado na fabricação de diversos produtos como sabão biodegradável, tinta, massa para colocação de vidros e biodisel.

Não sei quanto a vocês, mas eu desconhecia tal 'alternativa' que dá um destino mais adequado e consciente ao "vilão da cozinha". Na verdade, eu já (e somente) tinha noção do erro que é jogá-lo fora na pia ou banheiro, poluindo ainda mais a natureza. Para se ter uma idéia, um litro de óleo contamina cerca de um milhão de litros de água.

Me interessei de cara, peguei alguns panfletos e aderi à campanha, indicando a alguns amigos moradores de Sampa tal possibilidade. Dedico esse post a iniciativas como essa que visam dar soluções sustentáveis que contribuem para melhorar a vida de nossa sociedade e a 'saúde' do planeta.

Para participar basta levar o seu óleo em garrafas pet às padarias da capital paulista que aderiram a este projeto. Segundo o material da Sindipan, os resultados incluem desenvolvimento econômico com a geração de empregos e renda, além da conservação ambiental.

Quem não mora em São Paulo e é afim de colaborar com o meio ambiente de maneira fácil e super acessível: é só armazenar o óleo utilizado em uma garrafa pet qualquer, tampá-la, e assim o entregar para que seja coletado pelo serviço de limpeza urbana de sua cidade.

É uma simples mudança de hábito que torna o consumo mais consciente. São pequenas atitudes como essa que fazem a diferença. Faça a sua parte.

Mais informações em: www.sindipan.org.br.

Sunday, 13 September 2009

realidade desvairada


Mais que um 'Rio de possibilidades', isso é São Paulo. Fato.

Atraio-me por tamanha oportunidade, ao passo que também temo tal grandeza. Em Sampa as coisas acontecem, e de tudo se encontra em algum lugar da metrópole. Há iniciativas e ação. É um oceano essa realidade profunda, mas fria.

O que me assusta é justamente a solidão em meio a tantas ofertas. O medo de recomeçar do zero, sem a proximidade do mar, as facilidades e certa informalidade do Rio - em janeiro, fevereiro e março (o ano inteiro).

Amigos tenho, a cidade me aproxima toda vez que a visito. E a cultuta fervilha por toda a parte. Tudo acontece ao mesmo tempo agora! É a lei: tem quem procure. Coisa boa. E assim sempre foi... a exemplo da Semana de Arte Moderna, de 22.

Conferi hoje uma exposição sobre Guilherme de Almeida, personalidade emblemática desse movimento modernista e também da Revolução Constitucionalista de 1932. E o endereço não poderia ser mais charmoso: a tombada Casa das Rosas, à Avenida Paulista, coração da paulicéia.

Vendo aqueles livros, poesias e fotos de artistas vanguardistas e ousados, senti a cidade tão mais aprazível, como jamais antes a tinha enxergado. Parece que só então me caiu a ficha da importância e relevância histórica daquele lugar.

Teatro, cinema, literatura, comércio... de tudo um pouco (ou muito) de cultura e entretenimento, de lazer e trabalho, se apresenta nessa vida louca que Sampa oferece. É uma realidade singular que só quem (con)vive aqui entende e consegue encarar mais facilmente.

Será que tenho estômago? Só com um grande amor, casinha montada, trabalho certo, dinheiro no bolso e ídas constantes ao Rio para arejar do ar poluído... aí qualquer um encara essa realidade desvairada!

Saturday, 12 September 2009

dizem que sou louco


O que significa loucura? Insanidade mental, diz o Aurélio. É quando falta senso ou razão à pessoa, ou situação. Mas é muito relativo isso, quando o assunto é sexo, por exemplo. Para muitos, loucura seria fazer suruba, transar com dois, levar uns tapinhas na cara ou na bunda, ser dominado (amarrado, amordaçado, torturado etc.), transar no primeiro encontro... Tem 'louco' pra tudo, né?!

Pois é, mas o MEU conceito de loucura, nesse sentido, é muito mais ameno. E não poderia ser diferente, pois acabo entendendo muitas dessas práticas sexuais "bizarras" (entre áspas, pois muitas assim não as classifico) por entrevistar, ouvir, conhecer esse universo amplo e queexcita a muitos, mesmo que eu não concorde e não tenha essas mesmas fantasias.

Aprendi a respeitar o prazer alheio. Já disso isso aqui antes e repito quantas vezes for preciso, sempre que o assunto surgir em pauta: no sexo vale tudo, desde que haja o consentimento der todas as partes envolvidas, sejam duas, três, quatro... a torcida do Flamengo. Não importa. Se todo mundo está de acordo e afim, tá valendo.

E aí é que posso dizer que acho loucura quem aceita algumas coisas em suas transas mesmo não concordando. Maior exemplo disso é não usar camisinha. NÃO PODE! Se o cara, ou a mina, não quer usar, desista, fique só nas brincadeiras, sem penetração, sei lá. E avalie depois se quer mesmo transar com alguém que não se cuida, que não se importa com isso - que é um problema gravíssimo ainda (a Aids e todas as outras DSTs).

Quer dar para meio mundo? Ok, desde que use camisinha. Assim, qualquer um pode aproveitam sua sexualidade de forma sadia, sem riscos, com a consciência limpa, gozando do que melhor se pode fazer. Loucura é ficar de ressaca moral no dia seguinte, cheio de dúvidas e arrependimentos. Nos dias de hoje, sexo bom é seguro.

É comum que se 'implique' e se censure até algumas fantasias e fetiches quando não se compartilha do mesmo prazer e excitação. Alguns eu não entendo realmente, admito, mas julgá-los jamais (com a EXCEÇÃO de pedofilia, zoofilia e o estupro de qualquer ser vivo - inlcuindo árvores! Nossa, mas até isso já vi na minha vida, acreditem).

Sexta-feira agora fui a mais uma festa de fetixe e lá pude presenciar mais e mais cenas de puro êxtase. Gente (se) curtindo de forma indiscriminada até altas horas e numa liberdade incrível, dentro dos limites de seu prazer. Gosto disso. Salve o Projeto Luxúria do avant-garde Heitor Werneck que proporciona a pessoas digamos 'diferentes' que se encontrem e se unam, seja como for.

Da tara por anões a se cortar e ter prazer em ver jorrar o sangue, acabo compartilhando desses desejos mais secretos até dos amigos por dominar um pouco mais o assunto, pesquisar, conhecer mais a fundo e explicitar tais saliências nos programas que produzo e nas gravações que dirijo para o canal Sexy Hot. São mais de quatro anos de praia... ou melhor, praia não! - sexo (e muito prazer).

Quando eu era adolescente e fui pra Osavaldo Aranha pela primeira vez escutei 'A Balada do Louco' vinda de um boteco sujo qualquer daqueles e nunca mais esqueci o real sentido dessa música dos Mutantes. Sabe qual é? Ser feliz. É fácil em nossa insatisfação criticarmos quem está bem, por pura inveja ou despeito. Por isso eu sempre desejo felicidade plena a todos, porque assim ninguém enche o saco e faz o mal.

Nesse sentido, espero do fundo do meu coração que todo mundo transe e goze muito. Eu sou feliz.

*Vi essa foto da nova pegadora, Lívia Maria, que participou do Zona Quente essa semana, e achei perfeita para esse texto. A entrevista com ela (que nada tem a ver com 'loucura') vai ao ar em novembro no Sexy Hot.

Friday, 11 September 2009

onde faz mais sentido


Imaginem se num homem as partes de seu corpo que mais lhe dão prazer crescessem proporcionalmente a tal possibilidade. E então, como ele ficaria? Apesar de saber a resposta, gostaria de poder ver pelo pensamento de vocês o resultado a essa suposição

Arriscaria dizer que muita gente visualizou um homem com um membro enorme, gigante, e de língua quilométrica. Tudo bem quanto à língua, mas, diferente do óbvio, acreditem: seu pênis não seria a la Dong Long Silver. Talvez um protótipo de John Holme(um 'pouquinho' menor) ou até de um Pé Grande exemplificaria melhor o conceito do Homunculus, essa representação gráfica que mostra o corpo humano na proporção da área do córtex do cérebro envolvidas com a percepção sensorial.

Em entrevista que fizemos com o Dr. Celso Marzano sobre a relação dos cinco sentidos com o sexo e a obtenção do máximo de prazer possível através deles, ele explicou-nos a importância da utilização das mãos, por exemplo - parte do corpo mais favorecida sensorialmente. Saber tocar, onde e como usar com sua mão cheia de dedos faz toda a diferença! A língua vem logo atrás (embora eu a prefira infinitamente), gigante e 'sedenta', favorecendo as relações, o orgamo. Fica evidente, portanto, que os órgãos genitais devem ser explorados em conjunto com todo o resto, e nunca sozinhos. São coadjuvantes do prazer.

Fica aí a minha dica então, um convite ao prazer: usem e abusem das preliminares antes do deleite final que é a penetração (ou será o carinho after? - fico com essa segunda opção, antes que o parceiro durma enredado em mim, envolvido em meus carinhos e eu, em seu cheiro). Bom, vocês entenderam do que mais gostamos (né?!), onde faz mais sentido... delícia! Aproveitem da melhor forma, devagarzinho, pouco a pouco, saboreando tudo, cada sensação, toda a sensibilidade do corpo humano, essa sex machine.

*A matéria do Zona Quente sobre a relação dos cinco sentidos com o sexo vai ao ar entre novembro e dezembro no Sexy Hot, sem data certa ainda.

Thursday, 10 September 2009

coisa de novela


Novela das oito quase acabando e, agora, mais do que nunca vem à tona questionamentos acerca de sua finalidade como veículo de comunicação (sim, à medida que a maior parte dos brasileiros preferem o folhetim a noticiosos, por exemplo) e de entretenimento na formação social brasileira. É bem verdade que tal preocupação assombra de repente só a mim, mas aproveito para fazer disso uma discussão aberta aqui, um rugido da mula.

Há tempos a temática indiana me interessa, me instiga. Muito antes de Glória Perez rascunhar qualquer coisa sobre a trama de Maya, já conhecia outra protagonista, homonima, que trazia nela toda a tradição e cultura indiana relacionada ao sexo. Ironicamente, dizem sua intérprete, Indira Varma, em muito se parece comigo... Também achei ao vê-la na tela, envolvida pelos ensinamentos dos amantes. E a homenagiei em meu convite de formatura ao escolhê-la como minha personagem nas latinhas de filme que fizemos para chamar o povo para a cerimônia.

Ao acompanhar a história brasileira de um triângulo amoroso, que assim pouco se desenrolou, algumas questões do que ali era representado aos milhões de espectadores que assistem fielmente a novelas, tocaram-me. Inevitavelmente a mais forte delas foi a do (ainda) existente sistema de castas indiano. Essa discriminação social hindu divide as pessoas segundo sua posição na sociedade. É hereditária, endógama, perpétua e cruel, vedando os cidadãos indianos a uma ascenção e crescimento, a mudanças em suas vidas e destinos.

Por não vivermos tal realidade em nossa sociedade ocidental, cristã e capitalista (igualmente cruel em outros aspectos que também impossibilitam melhorias na situação social em que milhares de pessoas de encontram), temos que relativizar esses conceitos. Há, porém, injustiças passíveis de intervenção uma vez que são incoerentes e desumanas. Vendo pelo lado dos dalits (intocáveis), situados abaixo de tudo e todos na escala social indiana, essa estrutura mais parece uma escravidão a uma situação imposta.

A casta determina toda a vida de uma pessoa, desde o momento do seu nascimento até a morte - sua moradia, profissão, casamento e outros mais aspectos da vida são determinados pela casta a que pertence. É irredutível, pois se acredita que a natureza de cada pessoa é determinada pelos deuses. É como um carma, e por os hindus acreditarem em reencarnação, a única chance de mudança seria vindo em outra vida numa situação espiritual mais elevada e evoluída.

Este sistema antigo e rígido de hierarquização da sociedade indiana surgiu baseado em preceitos religiosos do vedismo. Religiosamente, deve-se a Brahma, divindade criadora do universo, essa divisão baseada em castas, mas o fato é que se desconhece sua origem histórica. As primeiras referências históricas se encontram em um livro sagrado hindu, o Manu, que data de 600-250a.C.. A divisão clássica se dá em: brâmanes (sacerdotes, vindos da boca de Brahma); kshatriyas (guerreiros, vindos dos braços de Brahma); Vaishyas (comerciantes, vindos das coxas de Brahma) e os sudras (agricultores, vindos dos pés de Brahma). À margem disso estão os dalits, que vem da poeira abaixo do Deus.

Embora o sistema de castas tenha sido abolido oficialmente da Índia na Constituição de 1950, por razões culturais e religiosas ela ainda faz parte da vida dos indianos, fazendo-se socialmente importante para mais de 80% da população. E nesse sentido a autora conseguiu transparecer claramente tal contexto. Da mesma forma explorou de forma exagerada os casamentos arranjados, sem amor, e de maneira genial a disputa (e assim, desunião) feminina. Noras brigando pela chave do armário da dispensa é um dos últimos conflitos que moças contemporâneas como nós viveríamos em nossas vidas.

Num universo tradicional machista, familiar, fica claro que a posição da mulher é difícil, mas não é por isso que elas devam crucificar a si mesmas e às suas póximas porque assim aconteceu com elas. O pagamento do dote vejo como algo absurdo, do tipo "pago para que leve e sustente agora assim você essa inútil". A falta de individualidade então, bem trabalhada em Caminho das Índias, nitidamente é tida como um fator incômodo a nós, ocidentais, e vista como principal motivo de discórdia no núcleo daquelas famílias. A visão do que é diferente de sua cultura como errado é algo que só mostra o quanto ainda se mantem fechados à realidade mundial atual. Nós, firanghis, fomos crucificados pelos indianos do início ao fim.

Um galã preconceituso que caiu no gosto popular (feminino - ai, ai...), um casal de protagonistas que foi taxado como sem 'química' em cena (mas que dizem ter se encaixado na vida real - pelo menos durante as gravações no estrangeiro, in loco, literalmente), uma atriz que por sua beleza exótica ganhou aquele grande papel que a marcará para sempre (bem maquiada, vestida... linda), um vocabulário novo que tomou as ruas do Brasil e tá na boca do povo... São muitas as marcas que essa onda indiana deixou por aqui. Só acho que faltou duas coisas: citação sobre Gandhi e sobre o kamasutra - política e sexo, o que mais dá pano pra manga.

Mas é coisa de novela isso... É exigir demais, complexo demais, complicado demais para os indianos globais em questão. 'Tik tik'.

Wednesday, 9 September 2009

baunilha


Na medida em que surgem idéias para posts, e imagino em como tornar esses assuntos interessantes, pensando na maneira de abordá-los aqui no mula afim de fazer a leitura valer até a última linha de cada texto, vem também à minha cabeça assuntos para as enquetes. Já fui elogiada quanto às temáticas postas na roda, à iniciativa de questionar os leitores sobre sexo e relacionamentos. Então, não custa nada (e passa a ser meu dever - pois somos responsáveis pelo que cativamos...) dar a devida atenção ao topo da coluna esquerda de meu blog.

Focada nisso, comecei a organizar em arquivos as propostas pensadas. E as alternativas não são apenas suposições, mas me coloco a pesquisar cuidadosamente esses itens para dar a quem participa tópicos abrangentes de uma realidade diversa, aberta mas contraditória - isso porque se mostra moralista e ainda recatada perante alguns conceitos. A posição social, por exemplo, dita até os dias atuais a maneira como alguns indivíduos devem proceder diante algumas situações.

Esse nariz de cera todo é para dizer que hoje, ao pensar na próxima enquete (que será mais picante que a atual - vou tentar revesar entre light e hard, diferenciando então mensalmente sexo de relacionamentoa/amor - mais ou menos por aí...), vi que mudei bastante de uns tempos pra cá. Trabalhar com sexo me abriu os olhos para várias tendências, o leque para a diversidade de possibilidadesas e as portas para o prazer.

Querendo ou não, fazendo ou só querendo, fazendo sem querer... não importa: não sou mais baunilha. Para os "desantenados", o termo faz referência a pessoas mais caretas, que praticam um sexo tido como 'normal'. O gosto pela coisa, devido ao conhecimento adquirido, é outro agora, vai além do senso comum, da simplicidade do que normalmente se pratica por aí. Será fácil me entender melhor (e comprovar o que digo), conferindo toda minha interação com esse universo de muito prazer e fantasias mês que vem, com a enquete especial que vou fazer.

No mês das crianças, vou abordar diferentes brincadeiras que os 'grandinhos' podem (e devem) fazer quando o objetivo é o prazer. Fui listando e me empolguei. A relação de respostas ficou grande e então me dei por conta de tudo o que já vi, conheço, gosto... enfim. Posso só garantir por hora que a próxima enquete será diferenciada, bem ampla e interessante - aos mais curiosos e até para quem está precisando de idéias para sair da rotina sexual. Espero poder instigar muita gente a se divertir de uma forma nunca pensada antes. Aguardem.

Pensando bem... que baunilha que nada! Por hora, como toda criança: muito chocolate - mas com pimenta.

Tuesday, 8 September 2009

pela boca


Quando criança, quase morri com uma espinha de peixe cravada em minha garganta. Mas não foi por isso que detestei o gosto forte e diferente dos pescados até a pré-adolescência. É normal que os mais novos estranhem tal aroma até aprimorarem seu paladar com o passar dos anos. Engraçado que lagosta, lula, siri e polvo sempre gostei! Très chic. Já mexilhões e ostras, repulsava. Não me apetecem seus aspectos gosmentos, viscosos, pois aprecio o que é crocante ou borrachudo. E hoje, até o 'azedinho' de alguns peixes me agrada, bem como a dificuldade de comer sua carne por entre cartilagens finas e perigosas.

Um dia serviram uma espécie enorme, feita na grelha, inteira. Fiquei chocada. Por antes só tê-lo visto enlatado, não supunha que o atum era daquele tamanho! Acho que o comparava às sardinhas pela forma que são vendidos e proximidade nas prateleiras dos supermercados, pela presença de ambos nas pizzas de minha mãe. Quem não frequenta feiras não os identifica facilmente por entre escamas. E o cheiro desagrada a muitos (embrulha até!). Já golfei ao limpar moluscos e jurei dali por diante sempre recorrer aos gentis cavalheiros que nos entregam as postas prontas. E olha que eu não sou nojenta... a tinta é que assusta.

Admiro a liberdade dos seres aquáticos na imensidão das águas. As mães-d'água dançam lentamente e nem parecem ser nocivas. Todos tem os seus recursos naturais que os diferenciam. Já estive em meio a um cardume no mar do nordeste e não me agradou a sensação dos peixes se debatendo em mim, e eu sem conseguir discernir os vultos na mancha escura em constante movimento. Tive receio de algo me morder. Dizem que quando sentimos cheiro de "melancia" na praia é porque tem tubarão por perto. Será? Ou é mais uma história dessas de pescador, como o canto da sereia? - este é um mito que me fascina (fantasia que mexe comigo, que quero ser uma). O do boto também me intriga. Desculpa de tantas moças no norte do país, ele é como o pai das estrelinhas nas atuais favelas.

Sou filha de Iemanjá. Não foram poucas as vezes que ela me chamou para perto dela. A diferença dos mares e a importância de um maior respeito a sua grandeza aprendi agora, ao me mudar para uma cidade litorânea. Quando morava no sul, não tinha receio. Muita coisa mudou... também não enjoava ao andar de barco, mesmo passando dias pra lá e pra cá na Bahia, ou onde quer que fosse. Por que agora é diferente? Esse sentimento é novo, mas intenso. Veio com algumas quedas significativas, junto à percepção do desconhecido, de uma força maior que sempre vai estar em vantagem. Digo isso sem intenção nenhuma de me afastar de sua beleza, evitando seus banhos energizantes, o barulho e o balanço de suas ondas e a brisa no rosto mostrando que o tempo esta a passar, levando e trazendo a gente por entre pensamentos.

Fui companheira de meu pai em inúmeras pescarias. Já vi a linha ir longe e a rede ser passada em açudes pra lá do sul do mundo. Lembro-me perfeitamente do barulhinho das pedras dentro das embalagens de óleo automotor a se mexer quando mordida a isca. Um estalo, e lá ia o velho correndo ver o resultado daquelas investidas. Passávamos manhãs e tardes dedicados à busca do alimento, ao silêncio, ao ócio, à tranquilidade dos pagos, ao passatempo dos homens - 'indiadas' típicas dos Irions. Nessa época conheci as tartarugas e ensaiei o sonho de uma estima doméstica. E não esqueço os mussuns, que temia dentro e fora d'água, e que amava os lambaris, pois conseguia pegá-los em minhas mãos pequenas facilmente para comer.

Salivo só de pensar em alguns pratos. Do clássico molho apimentado baiano na moqueca de cação ao leite de côco ou do pirão encorpado fervilhante, passando pelos agulhinhas fritos que quebram deliciosamente na boca, até as recém-descobertas peças (que ainda não aprendi a apanhar corretamente com aqueles dois pauzinhos difíceis de manusear...) cruas de salmão, enroladinhas com arroz em algas, enfileiradas, ou levemente coradas, banhadas em molhos de soja doce ou salgado, ardentes com raiz forte. O universo gastronômico dos frutos do mar é um espetáculo à parte - riquíssimo, saudável e apetitoso.

Minha coragem em me aventurar por cardápios light e caros, mas perigosos, tratando-se de minha paixão maior - o camarão, já me levou quatro vezes à emergência de hospitais por intoxicação alimentar (ou infecção intestinal? - não lembro ao certo. Devem ter sido ambas, alternadas). Esse requinte pode ser fatal para organismos alérgicos e estômagos fracos, como o meu. Lamento que aconteça, mas é o risco que assumo ao me permitir esse prazer inenarrável. Melhor que Buscopam na veia, só isso mesmo! Além de sempre optar por peixes quando como fora, uma vez por mês, ao menos, caio com os amigos na tentação da comida japonesa.

O Rio de Janeiro, bem mais que o Rio Grande, mas menos que o nordeste e Santa Catarina, oportuniza esse hábito saudável que é comer peixe e frutos do mar. Essa onda oriental pegou por aqui e a cada esquina encontramos opções fast e outras mais elaboradas para se saborear o que as águas nos oferecem. Interessante perceber, pela campanha do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), que se come ainda pouco pescado no Brasil, comparando-se com outros países. Em território tão bem cercado por oceanos, e terras à oeste docemente alagadas, isso é uma incoerência. Dou um desconto aos conterrâneos gaúchos, que culturalmente preferem carnes mais encorpadas, mas surpreende-me tal comportamento no restante do país.

Espero que a Semana do Peixe, que já é realizada há seis anos, atinja seu objetivo de aumentar esse consumo por aqui. Bacana essa iniciativa que, além de movimentar o mercado fomentando promoções e festivais na oferta, busca informar a população. Folhetos explicativos sobre os benefícios desse alimento, que indicam como fazer a escolha certa do produto, e também sugerem formas de prepará-lo, estão sendo distribuídos gratuitamente. Espera-se que até 2011 cada brasileiro chegue a comer, em média, nove quilos ao ano. O ideal seria os 12 recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), claro. Se depender de mim, chegaremos lá!

Que a gente caia então na rede, ou seja fisgado pela boca, tanto faz - não só agora, mas SEMPRE. O importante é que se rendam todos (estrelas do mar, moréias, ouriços, golfinhos, baleias, cavalos marinhos e tatuís gigantes - inclusive!).

Monday, 7 September 2009

nós e eles


Dedico este post à emoção de estarmos na Copa da África do Sul no ano que vem, e sabemos disso desde já porque nos classificamos sábado agora em cima da Argentina. Ao contrário de muitos, não sou fanática pelos campos (e admito que nem pelo Colorado Campeão costumo me abalar até o estádio). Acho que, justamente por isso, não detesto esse nosso inimigo maior - bem pelo contrário até... Mas a rivalidade entre brasileiros e argentinos é conhecidíssima no mundo inteiro, e eu não poderia ignora-la - ainda mais vivendo num país em que o futebol é mais importante que TUDO na vida de MUITA gente.

Aproveito a ocasião para entender mais esse 'ódio' todo nutrido além fronteiras. Vamos lá: há exatos 95 anos iniciavam-se os conflitos dessa natureza entre as duas nações. Foi em setembro de 1914 que enfrentamos pela primeira vez a seleção do vizinho de camisa azul e branca. No início do século passado (pasmem!), o clima era de cordialidade entre os países enquanto a bola rolava. Tudo começou a desandar em 1937 (opa, há MUITO tempo já... 72 anos!), quando na final do Campeonato Sul-Americano, um conflito generalizado entre os jogadores no estádio do San Lorenzo acabou com a invasão de policiais e torcedores em campo.

Afirmam estudiosos que se joga pelo prestígio e pela honra. E, durante as partidas, naquele território, há uma licença moral de enfrentamento, e as disputas são, então, autorizadas. Nesse sentido, o futebol traz consigo, para os gramados, questões históricas e rixas muito maiores que as do esporte em si. Sempre competimos pela hegemonia sul-americana, é fato. Economicamente, com o Mercosul e o relativo êxito do Brasil frente à crise argentina, a desavença continua, mesmo que menos confrontativa. Irrita os argentinos o fato de nós, brasileiros termos uma visão mais otimista e positiva de nosso país, diferente deles, que em função de problemas econômicos e políticos cíclicos, são mais críticos com sua situação e questionam os políticos, o país etc., gerando uma autodifamação.

Por lá, somos vistos como soberbos ao demonstrarmos mais amor pelo Brasil (ou seria pelo futebol? - Acredito na segunda alternativa, pois nos vejo como acomodados justamente com questões mais importantes, como as que servem de motivo para a preocupação e insatisfação argentina - mas isso já é OUTRA história...). Não é o meu caso, porque sou gaúcha e, pela proximidade, esses esteriótipos foram desfeitos sempre, mas o que os brasileiros em geral acham dos hermanos? Justamente a mesma coisa! Se os conhecessem de fato, veriam que são bem mais cordiais do que se imagina. E tem bastante a ensinar em termos de organização pública e qualidade de vida. Comparados conosco, vivem com menor desigualdade social e menos violência.

Não há como negar que essa discórdia toda é fruto de preconceito e ignorância, de ambos os lados. É um choque entre gigantes cheios de autenticidade, tradição e garra - tanta, que marcou praticamente a metade dos jogos realizados com conflitos, brigas e muitas discussões. Há quem afirme, inclusive, que este é o maior clássico do futebol mundial - mais do que Brasil X Itália ou Brasil X Alemanha. É, nesse sentido, o favoritismo nos inclui em todas... Só não sabia que a Inglaterra, por razões históricas e políticas, é tão rival da Argentina quanto a gente. E este seria o único jogo em que (DE REPENTE, vai saber...) eles torceriam pelos canarinhos - ou seriam 'macaquitos'? Não importa. Não dá para levar provocações de estádio para casa - se não, o que seria dos juízes e de suas pobres mães, que nada tem a ver com o fracasso dos times que perdem?

Nessas nove décadas de duelo, foram quatro jogos em Copas do Mundo, disputas da Copa Roca (competição entre os dois países), jogos da Copa América e amistosos - muitas vezes, nada pacíficos. Em 1946, na decisão do Sul-Americano, em Buenos Aires, ocorreu o pior episódio de todos, quando jogadores brasileiros foram agredidos em campo, inclusive pela polícia argentina. Esse incidente acarretou o rompimento das relações futebolísticas e o afastamento dessas equipes durante longos dez anos. Por fatores como o número de feridos, a interferência policial, a ira dos torcedores, o abandono e o retorno ao gramado por parte de nosso time, o escritor Newton César de Oliveira Santos, que lançou este mês seu livro "Brasil x Argentina - Histórias do Maior Clássico do Futebol (1908-2008)", classifica este como o mais sério conflito entre os dois. Felizmente não se crê que esse capítulo traga farpas para os estádios ainda hoje.

Não vou nem entrar no mérito aqui de saber quem é melhor e levou mais troféus para casa, nem se é o Pelé ou o Maradona o melhor jogador do mundo (até porque isso já sabemos, né?! - por favor!). Meu objetivo era aproveitar a ocasião para entender o que faz de nós tão vorazes quando o adversário é a Argentina, e compreender o que está em jogo, fora a bola. Fiquei satisfeita quando percebi que, ao darmos tamanha importância ao rival, assumimos nossa admiração e gosto por enfrentá-lo, ainda mais se ganharmos, claro! Todo o protocolo (as provocações, as piadas, o que antecede e o que sacramenta o final das partidas) é o que nos impulsiona e enriquece o esporte. Sou a favor dessas 'rinhas' naturais, desde que sejam pacíficas, sadias e construtivas, mas inteligentes e sacanas também - no bom sentido.

É isso o que nos une. E encerro utilizando-me da criativa arte que coloriu as ruas do país ao lado, para dizer que há tempos o Brasil vem fazendo mais bonito que a Argentina no futebol. E, nesses encontros, quem tem gozado somos NÓS (e são orgasmos múltiplos em cima do esforço deles!). Tudo bem que é futebol, mas chega de machismo bobo, porque quem come, NA VERDADE, é a mulher! Assim, a imagem diz TUDO - só tinha que ser em verde, ou amarelo.

Sunday, 6 September 2009

para comemorar


Hoje o dia é propício para...

Bem, cada um que aproveite da melhor forma a oportunidade - não só agora, mas SEMPRE. Eu vou deixar aqui meus desejos sexuais mais sinceros e profundos (com toda a liberdade e licença poética necessárias para descrever tais vontades minhas):

- que se use camisinha SEMPRE. As estatísticas são alarmantes e lamentavelmente ignoradas. Uma nova gripe surge, começa a matar um número considerável de pessoas e o que acontece? MUITAS pessoas passam a procurar máscaras para evitar o contágio. A AIDS desde o final dos anos 70 está matando MUITA GENTE no mundo inteiro e ainda (r)existe quem não se previna como deveria. Não era para ser o ideal ter que usar camisinha, mas a realidade nos OBRIGA a tanto. A solução é fazer desse hábito um barato, colocando a camisinha de forma mais sensual e gostosa, brincando com ela para tornar o momento da colocação o mais natural possível. A proposta dessa data comemorativa (6/9 - se é que me entendem...) é idéia de uma marca de camisinhas. Não pelo motivo do uso do preservativo e seus fatores comerciais, mas achei a iniciativa válida e rica porque gera o debate, a discussão e a abordagem do assunto. Só por isso já deve ser comemorada;

- que os homens controlem seus instintos animais e parem de abusar sexualmente de crianças e adolescentes, e de violentar e estuprar mulheres. Todo mundo tem seus fetiches e taras sexuais, mas quando se trata de menores de idade, isso NÃO VALE, NÃO PODE, não deveria nem EXISTIR!. Dois adolescentes descobrirem o sexo juntos é uma coisa (ou duas crianças até - o que é normal), agora um adolescente, adulto ou idoso intervir no processo natural da vida e molestar uma pessoa que ainda não entrou na puberdade é CRIME. Tal desejo não é normal (embora lamentavelmente ocorra com certa frequência), DIREITO, ético, socialmente aceito, e tem que ser combatido. A pedofilia é uma desordem mental, um DESVIO sexual e é considerada como DOENÇA na Classificação Internacional de Doenças (CID-10), da Organização Mundial da Saúde (OMS). O estupro é um crime hediondo, um dos mais mais violentos - em todos os casos, inclusive no das mulheres que não consentirem com o ato. No Brasil, a pena é de SOMENTE seis a dez anos, mas a Lei dos Homens se faz mais eficaz e justa quando esses criminosos são presos. Haveria bem mais depravados com as pregas soltas e não eles soltos por aí se as vítimas denunciassem mais esses tristes delitos. Fica aí o incentivo (e o registro de outro anseio meu a respeito);

- que as mulheres gozem (mais). Sim: GOZAR, pois infelizmente (eu diria até CRUELMENTE) MUITAS, inclusive, nunca tiveram tal sensação. Esse prazer é banido de suas vidas por não se conhecerem, não saberem como explorar ao máximo seu corpo, sua libido. Elas não se permitem a esse ponto. Acredito que isso acontece porque ainda tem vergonha e receio de se tocarem sozinhas, masturbarem-se, e também de dizer a seus parceiros o que lhes dá mais prazer, pedindo para que eles, na medida do possível, colaborem para tanto. Uma alternativa para as mais modernas, solteiras e as que não querem depender dos outros para chegar ao orgamo é a utilização de vibradores - que podem ser encontrados em lojas especializadas (sexshops) e moteis a partir de R$ 20 - isso, por apenas R$ 20 o gozo pode ser CERTO! (e rápido). Mulheres, inspirem-se e invistam em vocês mesmas - seja como for;

- que sexo deixe de ser tabu. AINDA É. Essa é uma aspiração minha pessoal e profissional, uma vez que trabalho com o tema - NÃO TRANSANDO em serviço, mas pensando e pautando matérias, produzindo e dirigindo gravações e entrevistas sobre o assunto. Queria que as pessoas falassem mais sobre sexo ABERTAMENTE em casa, na escola, nos meios de comunicação, nas mesas de bar, consultórios médicos, mas não só isso: que fosse abordado com a naturalidade necessária. Todo mundo transa, ou vai transar um dia (e se não transa, QUER transar!), então não vejo com bons olhos toda essa hipocrisia, moral e discriminação com que o sexo é socialmente tratado hoje. Se esse comportamento mudasse, haveria menos adolescentes grávidas, menos gente contraindo DSTs e morrendo de AIDS, menos estupros e violência sexual, mais SINCERIDADE, menos traições, mais harmonia entre os casais, mais SATISFAÇÃO e prazer nas transas, mais e melhores livros, revistas, programas de TV e rádio (etc.) sobre o assunto, um mercado e indústria sexual bem mais lucrativos e prósperos, mais diversão e criatividade no sexo, menos preconceito com os fetichistas e mais deles bem-resolvidos com suas fantasias... resumindo: quando o sexo deixar de ser tabu haverá mais gente feliz no mundo! Falar sobre sexo só faz bem.

Poderia escrever mais alguns itens aqui, mas acho esses suficientes para expor meus sentimentos e minhas intenções gerais relacionadas a sexo. Se for atendida, aí SIM, teríamos motivos para SÓ comorar o sexo - seja numa ocasião especial como esta, ou daqui para frente, diariamente, várias vezes ao dia, toda a hora... como quiserem, desde que haja o consentimento de todas as partes envolvidas. Só assim é bom. E isso é fundamental.
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passatempo

  • abrace seus amigos
  • acredite em si mesmo
  • ande mais com os pés descalços
  • antene-se
  • aplique o que você prega
  • assuma seus erros
  • beba mais água
  • beije na boca com vontade
  • conheça novas culturas
  • cuide-se com carinho
  • dance sem vergonha
  • diga mais 'sim' do que 'não'
  • durma bem
  • dê atenção às pessoas
  • entregue-se ao que ama
  • escreva cartas à mão
  • estude outras línguas
  • exerça a tolerância
  • exercite-se
  • fale e ouça mais 'obrigado'
  • faça muito amor
  • goze mais e melhor
  • leia mais livros
  • movimente-se
  • não limite seus sonhos
  • ouça musicas que te façam dançar
  • ouse
  • pense positivamente
  • permita-se
  • peça bis quando é bom
  • pratique o bem
  • prove diferentes sabores
  • renove-se
  • respeite a natureza e os mais velhos
  • reveja velhos conceitos
  • se beber, não ligue!
  • seja fiel, sincero e verdadeiro
  • siga a sua intuição
  • sinta o novo
  • sorria sempre que possível
  • subverta vez que outra
  • tenha calma
  • tire alguém para dançar
  • trabalhe com dedicação
  • use camisinha
  • vá mais ao cinema
  • viaje sempre
  • viva menos virtualmente

c'est fini!