Quarta-feira, 20 de julho de 1969, no horário de Brasília: 23h56min20seg. Ontem fez 40 anos que supostamente o primeiro homem pisou na Lua. A pegada mais importante da História foi do pé esquerdo da bota azul tamanho 41 de Neil Armstrong, astronauta norte-americano hoje considerado herói (aliás, há quatro décadas já). Sua frase ficou marcada para sempre na vida de centenas de milhões de telespectadores que o acompanhavam naquele momento único pela tela de seus aparelhos televisivos: "Este é um pequeno passo para um homem, mas um grande salto para a humanidade".
Não participo de qualquer teoria conspiratória anti-americana sobre a chegada do homem lá, mas sempre fico atenta a interesses e manipulação dos fatos quando se tem muito poder envolvido, dinheiro e soberania num mundo até então dividido em dois. O que mais me convence sobre a real presença do homem na Lua naquela ocasião foi a aceitação russa a respeito. A Guerra Fria seguia sob o comando de duas mega potências que disputavam até as últimas instâncias a Corrida Espacial que marcava esse período político mundial. O silêncio da principal rival dos Estados Unidos me conforta. Houve até certa censura por lá no que se refere ao sucesso americano na missão lunar.
O motivo? Recalque, provavelmente. Durante certo período, a então União Soviética esteve em vantagem. Em 1957, enviou ao espaço o Sputnik (‘Companheirinho’ em russo) e depois, no mesmo ano, foi a vez da cadelinha Laika. O feito espacial mais importante até então tinha sido deles: a primeira viagem de um ser humano fora da órbita terrestre, em 12 de abril de 1961. A bordo da Vostok I, o cosmonauta Yuri Gagarin ao avistar a superfície de nosso planeta deixou sua impressão para a posteridade: “A Terra é azul". No auge de seus 27 anos, o russo completa seus dizeres com um “Mas não há Deus” – a conclusão óbvia não poderia ser diferente vinda um jovem comunista. Perfeito.
Depois de superados essas três vezes pela URSS na exploração do Espaço, os Estados Unidos finalmente deram início a um dos sonhos mais antigos do homem no dia 16 de julho de 1969, quando foi lançada do Cabo Canaveral a Apollo 11, nave espacial que conduziu três tripulantes à missão que transformou em realidade a chegada do homem à Lua. Neil Armstrong e Michael Collins, hoje com 78 anos, e Edward “Buzz” Aldrin, 79, aterrissam em nosso satélite, mas só Armstrong e Aldrin deixam o módulo de comando e caminharam sob o solo lunar.
Num gesto tipicamente imperialista, uma bandeira dos EUA foi fixada na lua junto a uma placa, assinada pelos três astronautas e pelo então presidente norte-americano, Richard Nixon, com os dizeres: "Aqui homens do planeta Terra colocaram pela primeira vez o pé na Lua. Julho de 1969. Nós viemos em paz, em nome da humanidade". Foi um feito simbólico que serviu para estimular o orgulho patriótico ianque, mostrando ao mundo o respaldo deles, e entusiasmar a população mundial sob o slogan da superação de limites.
Muitos dos avanços tecnológicos que desfrutamos hoje foram criados naquela época, devido a pesquisas de aprimoramento das missões espaciais. Pode-se afirmar que o maior legado deixado à humanidade pela chegada do homem à Lua foi a globalização da informação. Essa conquista dos norte-americanos resultou mais em frentes como meteorologia, eletrônicos, plásticos, materiais sintéticos, telecomunicações - na comunicação mundial instantânea via satélite e no uso de computadores pessoais, e, claro, na astronomia também - em estudos sobre a composição geoquímica do Sistema Solar, por exemplo.
A promessa do ex presidente John Kennedy havia sido cumprida. Mais de um bilhão de pessoas puderam assistir ao vivo aquelas imagens, ainda em preto e branco, que sempre serão lembradas. Foi a primeira exibição televisiva em nível mundial, ao vivo para todo o planeta, diretamente do espaço. Um marco jornalístico, uma evolução em termos de transmissão e abrangência dos meios de comunicação. Hoje os veículos se reinventaram e novas mídias surgiram na inércia de toda essa movimentação e mobilização espacial. A internet nasceu em meio à Guerra Fria, inclusive, com o nome de ArphaNet.
O ideal hoje é usar e abusar deste recurso para não ficar alienado e alheio ao que está acontecendo por aí, compreender as entrelinhas de atos e medidas tomados na sua Família, Escola, Bairro, Cidade, Estado, País, Continente... no mundo inteiro! - e até fora dele. A internet é um canal mais livre para o conhecimento, mais democrático, mas a televisão segue com sua supremacia na influência das massas, com sua formalidade ao informar. É o veículo dominante ainda, mas até quando? Com essa convergência das mídias, não se sabe.
Estar no mundo da lua, talvez nem seja mais tão ‘fora da casa’ assim com essas coligações todas, essa interatividade e globalização. Tem que se ligar!
________________________________________________________________________
A propósito:
A voz que anunciou a chegada do homem à Lua calou-se no 40º aniversário do feito histórico. A morte do jornalista e entusiasta do programa espacial dos EUA, Walter Cronkite, coincidiu com as comemorações de quatro décadas da missão. “Oh boy!” exclamou ele quando a Apolo 11 aterrissou. Aquelas imagens memoráveis, acompanhadas pela narração entusiástica de Cronkite, tem sido repetidas inúmeras vezes nos últimos dias. “Neil Armstrong, americano de 38 anos, está na superfície da Lua”, anunciava ele diante à imagem do astronauta dando seus passos para a eternidade. “Wow!”.
Sua cobertura do acontecimento entrou para a história da televisão e deu à CBS vitória significativa de audiência. Isso consolidou ainda mais o prestígio e a influência do âncora junto aos americanos do norte e fez dele o homem em que eles mais confiavam. Por cerca de 30 anos, mais precisamente entre 1962 e 1981 – período de soberania mundial ianque, ele entrou todos os dias na casa dos cidadãos norte-americanos dando as notícias do horário nobre. Ele era porta-voz da certeza dos EUA em comandar o planeta (e o espaço, a Lua, agora Marte... o universo inteiro). “And that’s the way it is”, como dizia ao final de cada jornal.
Não participo de qualquer teoria conspiratória anti-americana sobre a chegada do homem lá, mas sempre fico atenta a interesses e manipulação dos fatos quando se tem muito poder envolvido, dinheiro e soberania num mundo até então dividido em dois. O que mais me convence sobre a real presença do homem na Lua naquela ocasião foi a aceitação russa a respeito. A Guerra Fria seguia sob o comando de duas mega potências que disputavam até as últimas instâncias a Corrida Espacial que marcava esse período político mundial. O silêncio da principal rival dos Estados Unidos me conforta. Houve até certa censura por lá no que se refere ao sucesso americano na missão lunar.
O motivo? Recalque, provavelmente. Durante certo período, a então União Soviética esteve em vantagem. Em 1957, enviou ao espaço o Sputnik (‘Companheirinho’ em russo) e depois, no mesmo ano, foi a vez da cadelinha Laika. O feito espacial mais importante até então tinha sido deles: a primeira viagem de um ser humano fora da órbita terrestre, em 12 de abril de 1961. A bordo da Vostok I, o cosmonauta Yuri Gagarin ao avistar a superfície de nosso planeta deixou sua impressão para a posteridade: “A Terra é azul". No auge de seus 27 anos, o russo completa seus dizeres com um “Mas não há Deus” – a conclusão óbvia não poderia ser diferente vinda um jovem comunista. Perfeito.
Depois de superados essas três vezes pela URSS na exploração do Espaço, os Estados Unidos finalmente deram início a um dos sonhos mais antigos do homem no dia 16 de julho de 1969, quando foi lançada do Cabo Canaveral a Apollo 11, nave espacial que conduziu três tripulantes à missão que transformou em realidade a chegada do homem à Lua. Neil Armstrong e Michael Collins, hoje com 78 anos, e Edward “Buzz” Aldrin, 79, aterrissam em nosso satélite, mas só Armstrong e Aldrin deixam o módulo de comando e caminharam sob o solo lunar.
Num gesto tipicamente imperialista, uma bandeira dos EUA foi fixada na lua junto a uma placa, assinada pelos três astronautas e pelo então presidente norte-americano, Richard Nixon, com os dizeres: "Aqui homens do planeta Terra colocaram pela primeira vez o pé na Lua. Julho de 1969. Nós viemos em paz, em nome da humanidade". Foi um feito simbólico que serviu para estimular o orgulho patriótico ianque, mostrando ao mundo o respaldo deles, e entusiasmar a população mundial sob o slogan da superação de limites.
Muitos dos avanços tecnológicos que desfrutamos hoje foram criados naquela época, devido a pesquisas de aprimoramento das missões espaciais. Pode-se afirmar que o maior legado deixado à humanidade pela chegada do homem à Lua foi a globalização da informação. Essa conquista dos norte-americanos resultou mais em frentes como meteorologia, eletrônicos, plásticos, materiais sintéticos, telecomunicações - na comunicação mundial instantânea via satélite e no uso de computadores pessoais, e, claro, na astronomia também - em estudos sobre a composição geoquímica do Sistema Solar, por exemplo.
A promessa do ex presidente John Kennedy havia sido cumprida. Mais de um bilhão de pessoas puderam assistir ao vivo aquelas imagens, ainda em preto e branco, que sempre serão lembradas. Foi a primeira exibição televisiva em nível mundial, ao vivo para todo o planeta, diretamente do espaço. Um marco jornalístico, uma evolução em termos de transmissão e abrangência dos meios de comunicação. Hoje os veículos se reinventaram e novas mídias surgiram na inércia de toda essa movimentação e mobilização espacial. A internet nasceu em meio à Guerra Fria, inclusive, com o nome de ArphaNet.
O ideal hoje é usar e abusar deste recurso para não ficar alienado e alheio ao que está acontecendo por aí, compreender as entrelinhas de atos e medidas tomados na sua Família, Escola, Bairro, Cidade, Estado, País, Continente... no mundo inteiro! - e até fora dele. A internet é um canal mais livre para o conhecimento, mais democrático, mas a televisão segue com sua supremacia na influência das massas, com sua formalidade ao informar. É o veículo dominante ainda, mas até quando? Com essa convergência das mídias, não se sabe.
Estar no mundo da lua, talvez nem seja mais tão ‘fora da casa’ assim com essas coligações todas, essa interatividade e globalização. Tem que se ligar!
________________________________________________________________________
A propósito:
A voz que anunciou a chegada do homem à Lua calou-se no 40º aniversário do feito histórico. A morte do jornalista e entusiasta do programa espacial dos EUA, Walter Cronkite, coincidiu com as comemorações de quatro décadas da missão. “Oh boy!” exclamou ele quando a Apolo 11 aterrissou. Aquelas imagens memoráveis, acompanhadas pela narração entusiástica de Cronkite, tem sido repetidas inúmeras vezes nos últimos dias. “Neil Armstrong, americano de 38 anos, está na superfície da Lua”, anunciava ele diante à imagem do astronauta dando seus passos para a eternidade. “Wow!”.
Sua cobertura do acontecimento entrou para a história da televisão e deu à CBS vitória significativa de audiência. Isso consolidou ainda mais o prestígio e a influência do âncora junto aos americanos do norte e fez dele o homem em que eles mais confiavam. Por cerca de 30 anos, mais precisamente entre 1962 e 1981 – período de soberania mundial ianque, ele entrou todos os dias na casa dos cidadãos norte-americanos dando as notícias do horário nobre. Ele era porta-voz da certeza dos EUA em comandar o planeta (e o espaço, a Lua, agora Marte... o universo inteiro). “And that’s the way it is”, como dizia ao final de cada jornal.
No comments:
Post a Comment