Inaceitável esse recebimento de lixo inglês em diferentes portos aqui no Brasil esta semana.
É muito bonito países ricos bancarem uma de bonzinhos dizendo defender o meio ambiente na mídia (o que está super in atualmente devido a problemas pertinentes como o aquecimento global, por exemplo), mas então se descobre que eles mandam para lugares mais pobres seu lixo doméstico, químico e industrial para ser queimado ou enterrado. Essa foi a crítica maior de nosso Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Atitudes que vão do luxo ao lixo, sem escalas.
A prática não é comum, porque há muita gente preocupada com o futuro do planeta, mas infelizmente acontece. E esta não foi a primeira vez que ocorreu por aqui. Já recebemos toneladas de lixo da Bélgica em 2004, contendo inclusive substâncias tóxicas perigosíssimas. E antes disso, em 1992 (ano da Eco 92, aqui no Rio), trabalhadores portuários já haviam sido contaminados com lixo químico vindo de outras nações.
A mercadoria, oriunda do porto inglês de Felixtowe, foi importada sob a fachada de plástico para reciclagem. Dentro dos 89 contêineres vieram seringas, camisinhas, banheiros químicos, lixo hospitalar, fraldas usadas, tecidos, cartelas vazias de remédios e pilhas, entre outros produtos – mais de 1.400 toneladas de lixo domiciliar e tóxico.
Brasil e Grã-Bretanha são dois dos 170 países signatários da Convenção da Basiléia, que proíbe o trânsito de resíduos sólidos e líquidos perigosos entre países, sem consentimento de quem os recebe. A situação do mercado é outra, entretanto. O alto valor de multas e os elevados preços da tonelada de lixo depositada em aterros nos países desenvolvidos leva companhias a exportar seus detritos ilegalmente. E o crime organizado (leia-se, máfia italiana) envolvido com esse mercado, colabora para seu envio ilícito a países africanos, na esmagadora maioria das vezes.
Embora empresas que atuem aqui possam importar materiais como sucata de papel, ferro, aço etc, teme-se que outro tipo de lixo seja também enviado para cá, o eletrônico (chamado e-waste) - altamente prejudicial ao meio-ambiente. Calcula-se que a atividade de exportação ilegal de lixo movimenta o equivalente a 10% do comércio mundial. É inegavelmente uma questão policial, política, diplomática, econômica e de segurança.
Empresas do mercado de reciclagem de plásticos como a Hills Waste Solutions, que já foi multada no Reino Unido por crimes ambientais, a Worldwide Biorecyclables e a UK Multiplas Recycling Ltd, essas duas do brasileiro Julio da Costa, devem ser severamente punidas nesses casos de crime ambiental. O Brasil está tomando todas as medidas cabíveis a fim de reapatriar esse lixo todo que veio parar em Santos, Rio Grande e Caxias do Sul.
Sinceramente, não sei como as pessoas que fazem isso com o planeta e humanidade conseguem colocar a cabeça no travesseiro à noite e dormir tranquilas. Tudo bem que provavelmente elas não estarão mais aqui quando toda esse merda (que é das grandes – a questão do lixo) feder. Mas eles não pensam em seus filhos e netos? Não, senão agiriam diferente, mais conscientes e com menos ambição.
É uma vergonha. E quanto a isso me refiro aos governos de diversos países subdesenvolvidos que facilitam a entrada do lixo 'desenvolvido'. Os empresários que, além de se aproveitarem da situação desvantajosa dessa gente que é obrigada a conviver com essa podre realidade, ainda prejudicam a todos nós, não ficam de fora dessa também - uma vez que as consequências desses atos impensados hoje, refletirão amanhã da pior maneira possível.
Um fato em meio a essa podridão me chamou a atenção: nossos jornais não divulgaram tal acontecimento com a merecida ênfase. Fora o tom criminoso da coisa (o que já daria importância ao ocorrido), trata-se ainda de um dos maiores problemas do mundo e nenhum dos grandes diários nacionais deu manchete de primeira página a essa história incabível. O Times de Londres, sim.
O meio ambiente já começa a reclamar dos maus-tratos de seus posseiros. Outro dia falarei sobre a ilha de lixo que existe no oceano que desconhecia e quando soube de sua existência fiquei da mesma forma chocada e triste por nós. Esses poréns sempre terão espaço e notoriedade aqui, enquanto a mula rugir.
É muito bonito países ricos bancarem uma de bonzinhos dizendo defender o meio ambiente na mídia (o que está super in atualmente devido a problemas pertinentes como o aquecimento global, por exemplo), mas então se descobre que eles mandam para lugares mais pobres seu lixo doméstico, químico e industrial para ser queimado ou enterrado. Essa foi a crítica maior de nosso Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Atitudes que vão do luxo ao lixo, sem escalas.
A prática não é comum, porque há muita gente preocupada com o futuro do planeta, mas infelizmente acontece. E esta não foi a primeira vez que ocorreu por aqui. Já recebemos toneladas de lixo da Bélgica em 2004, contendo inclusive substâncias tóxicas perigosíssimas. E antes disso, em 1992 (ano da Eco 92, aqui no Rio), trabalhadores portuários já haviam sido contaminados com lixo químico vindo de outras nações.
A mercadoria, oriunda do porto inglês de Felixtowe, foi importada sob a fachada de plástico para reciclagem. Dentro dos 89 contêineres vieram seringas, camisinhas, banheiros químicos, lixo hospitalar, fraldas usadas, tecidos, cartelas vazias de remédios e pilhas, entre outros produtos – mais de 1.400 toneladas de lixo domiciliar e tóxico.
Brasil e Grã-Bretanha são dois dos 170 países signatários da Convenção da Basiléia, que proíbe o trânsito de resíduos sólidos e líquidos perigosos entre países, sem consentimento de quem os recebe. A situação do mercado é outra, entretanto. O alto valor de multas e os elevados preços da tonelada de lixo depositada em aterros nos países desenvolvidos leva companhias a exportar seus detritos ilegalmente. E o crime organizado (leia-se, máfia italiana) envolvido com esse mercado, colabora para seu envio ilícito a países africanos, na esmagadora maioria das vezes.
Embora empresas que atuem aqui possam importar materiais como sucata de papel, ferro, aço etc, teme-se que outro tipo de lixo seja também enviado para cá, o eletrônico (chamado e-waste) - altamente prejudicial ao meio-ambiente. Calcula-se que a atividade de exportação ilegal de lixo movimenta o equivalente a 10% do comércio mundial. É inegavelmente uma questão policial, política, diplomática, econômica e de segurança.
Empresas do mercado de reciclagem de plásticos como a Hills Waste Solutions, que já foi multada no Reino Unido por crimes ambientais, a Worldwide Biorecyclables e a UK Multiplas Recycling Ltd, essas duas do brasileiro Julio da Costa, devem ser severamente punidas nesses casos de crime ambiental. O Brasil está tomando todas as medidas cabíveis a fim de reapatriar esse lixo todo que veio parar em Santos, Rio Grande e Caxias do Sul.
Sinceramente, não sei como as pessoas que fazem isso com o planeta e humanidade conseguem colocar a cabeça no travesseiro à noite e dormir tranquilas. Tudo bem que provavelmente elas não estarão mais aqui quando toda esse merda (que é das grandes – a questão do lixo) feder. Mas eles não pensam em seus filhos e netos? Não, senão agiriam diferente, mais conscientes e com menos ambição.
É uma vergonha. E quanto a isso me refiro aos governos de diversos países subdesenvolvidos que facilitam a entrada do lixo 'desenvolvido'. Os empresários que, além de se aproveitarem da situação desvantajosa dessa gente que é obrigada a conviver com essa podre realidade, ainda prejudicam a todos nós, não ficam de fora dessa também - uma vez que as consequências desses atos impensados hoje, refletirão amanhã da pior maneira possível.
Um fato em meio a essa podridão me chamou a atenção: nossos jornais não divulgaram tal acontecimento com a merecida ênfase. Fora o tom criminoso da coisa (o que já daria importância ao ocorrido), trata-se ainda de um dos maiores problemas do mundo e nenhum dos grandes diários nacionais deu manchete de primeira página a essa história incabível. O Times de Londres, sim.
O meio ambiente já começa a reclamar dos maus-tratos de seus posseiros. Outro dia falarei sobre a ilha de lixo que existe no oceano que desconhecia e quando soube de sua existência fiquei da mesma forma chocada e triste por nós. Esses poréns sempre terão espaço e notoriedade aqui, enquanto a mula rugir.
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