Por que precisamos saber qual a cor do batom da Melina da novela Passione (Please Me - da Mac, campeão de ligações para o CAT da Globo nos últimos meses) enquanto pouco conhecemos a China - país que brevemente vai dominar o mundo? Por que nos abalamos com o caso do Bruno, ex-goleiro do Flamengo, e não nos importamos mais com o fato de a África estar sendo dizimada pela AIDS ?
A resposta está no foco dos nossos meios de comunicação. O que eles querem que saibamos? Justamente o que eles transmitem para a gente, deixando MUITO a desejar em qualidade e conteúdo, beneficiando marcas, produtos, mercados, fazendo tendências, direcionando o consumo, o rumo, o interesse e o comportamento da população.
Infelizmente na TV aberta são poucas as opções. E o que é veiculado, em quase nada atende a uma ampla demanda de conhecimentos gerais necessária - àquilo que REALMENTE importa ser noticiado. Daqui a pouco começa o Big Brother e, aí sim, as manchetes tupiniquins, durante três meses, serão somente os amassos e as intrigas da casa mais vigiada do Brasil. E o bicho pegando aqui fora...
A solução seria um suporte de outros veículos - internet, jornais, revistas especializadas, livros etc. No entanto, a maior arma de todas contra a ignorância é a vontade do povo em saber. Quando a gente quer, buscamos a informação. É lamentável que esse interesse não seja alimentado na escola e em casa. Só aí já vemos a dimensão do probrema, o quanto ele [e maior do que parece. É geral, global e interno. Onipresente, a mídia está mais poderosa do que nunca, acomodando as pessoas, desinformando o mundo.
out
Tanta coisa para a televisão mostrar e, ontem, a Globo transmite ao vivo a fuga dos bandidos, evitando assim, sua execução pela polícia. Até onde esse reality da vida real nos ajuda? Atrapalhou, no caso, inclusive.
Aliás, no quesito 'gafe', nada foi mais feio que as caixas deixadas em Ipanema anteontem, numa infeliz ação promocional do Domingão do Faustão - não autorizada pela Prefeitura. Na boa, no mínimo demissão e processo para os responsáveis por alardear pânico ao colocarem caixas vazias em praças em meio a uma guerra civil!
A Globo está por fora. Sem noção do perigo.
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cabeças pensantes
Adoro conversar com meus amigos mais politizados, da História - tête-à-tetê, ou ‘Pé com pé’, porque, assim, a mula ruge consciente, indignada, voltando-se para o que REALMENTE importa. Meus objetivos ficam bem claros, e a certeza de que não quero e não posso mais perder tempo com futilidades.
¡Gracias, Grazi Linda, pelo questionamento, boa prosa e cia siempre!
¡Gracias, Grazi Linda, pelo questionamento, boa prosa e cia siempre!
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longe do lugar-comum
Ainda no tema, a companheira citada acima está produzindo um evento bem no clima... Segunda-feira, dia 29/11, às 9h30, no Auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFRJ, no campus da Praia Vermelha, vai acontecer uma palestra com os meninos do programa Não Conta Lá em Casa, exibido pelo Multishow (às quartas-feiras, 22h30).
Na pauta, as viagens dos rapazes a destinos pouco convencionais como Irã, Iraque, Afeganistão, entre outros, mostradas nos programa. A boa: a troca, o debate sobre a proposta diferenciada oferecida, na contramão do que é oferecido hoje pela grande mídia, e a experiência única de terem conhecido pessoalmente esses lugares, sua realidade, e a visão de mundo com que voltam.
Eu sou fã, amiga e suspeita, mas fica o convite de um programa que vale a pena (ambos, na verdade) - oportunidade imperdível, entrada gratuita.
Inspirada... Lugar-comum - o meu, definitivamente, não é aqui.
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