As previsões se concretizaram e, Barack Obama, que está com sua popularidade em baixa, levou uma “surra” nas eleições legislativas norte-americanas, realizadas ontem, no meio de seu mandato. Os democratas perderam a maioria na Câmara e a força no Senado.
A insatisfação que paira sobre a megapotência mundial fortaleceu o partido Republicano, apoiado na dificuldade do presidente em sair rapidamente dos efeitos da crise que arrasou com o país imperialista em 2008, resolver a questão da economia empacada, com o dólar desvalorizado, e ainda o índice de desemprego, que já beira os 10%. Os eleitores que depositaram na figura de Obama toda a esperança de mudanças e melhoras urgentes, não estão sabendo lidar e se mostram extremamente desgostosos com o processo lento de recuperação dos Estados Unidos.
Essa foi uma derrota significativa que serviu de alerta para que o homem mais poderoso do mundo mude o rumo de seu governo, principalmente no que se refere às prioridades. Agradar à opinião pública e, agora, aos opositores também, tentando certa cooperação em que eles aprovem e não atravanquem os projetos propostos por ele, será o maior desafio do líder democrata.
No entanto, a História está a seu favor. Da mesma forma ocorreu com George Clinton e Ronald Reagan, esse último enfrentando na época taxas de desemprego bem semelhantes às atuais. Ambos conseguiram a reeleição dois anos depois, superando os problemas enfrentados. Vou além: por mais que os yankees reclamem do governo de Obama, e isso tenha se refletido no resultado desse pleito, ele, ainda sim, já é um vitorioso, mesmo antes de qualquer aposta para mais quatro anos no poder.
Em apenas 24 meses, ele conseguiu aprovar uma reforma histórica no sistema de saúde, algo fracassado por antecessores, além de ter feito uma no sistema financeiro, com pacotes de estímulos econômicos, bem como ter progredido nas negociações para diminuição de emissão de gases aceleradores do Aquecimento Global. Infelizmente, pelo menos dois desses avanços correm o risco de um recuo em detrimento ao conservadorismo que aponta essas como iniciativas 'socialistas' por parte dele (não é piada... sim: SOCIALISTAS - acreditem!).
A onda extremamente conservadora que ganha força por lá, ela sim, é preocupante. Trata-se de um retrocesso daquilo que já avançou justamente contra essa maré. É um dilema seu papel agora, pois ou eles colaboram, ou se opoem às medidas sustentáveis previstas, arriscando, assim, seu sucesso na próxima votação presidencial, em 2012. Todo mundo sabia que não iria ser um mar de rosas os primeiros anos de desafogamento estadunidense, mas ser acimentado por uma direita xiita, cujo discurso por vezes soa absurdo na contramão do trabalho que vem sendo realizado, abala as estruturas e mexe com os brios de qualquer mortal.
Embora tenha sido visto como um espécie de herói quando assumiu a bronca há dois anos, fazer mágica foi impossível àquela altura, e ainda hoje é... Mas, AGORA, ele vai ter que usar todos os seus superpoderes, qualquer truque que tire da cartola soluções imediatistas, para não deixar a peteca (a moeda e sua popularidade) cair ainda mais. Otimista, eu acho que ele vai conseguir ressurgir das cinzas e sair do vermelho. Basta saber o que ele vai fazer na tentativa de deixar tudo azul... Só espero que não regrida demais, tampouco deixe o resto do mundo roxo de raiva com as atitudes tomadas para salvá-los.
E para finalizar, utilizo-me aqui do jargão de sua campanha,vencedor e invencível... é o que resta: Hope.
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