Desencavei um livro do fundo do baú para escrever o post anterior e, ao procurar o que queria, folheando-o e relendo algumas histórias, achei uma bem interessante, a ver com amizade, respeito, superação. Serve direitinho para ilustrar uma página virada de minha vida (ou poderia dizer que foi ‘repaginada’? – não importa, na verdade, porque não foi arrancada... ainda bem!).
O viajante caminhava com mais dois amigos pelas ruas de Nova York. De repente, no meio da conversa banal, os dois começaram a discutir, e quase se atracaram. Mais tarde – já com os ânimos serenados – sentaram-se em um bar. Um deles pediu desculpas ao outro:
Tenho reparado que é muito mais fácil ferir pessoas que estão próximas – disse. Se você fosse estranho, eu teria me controlado mais. Entretanto, justamente pelo fato de sermos amigos – e de você me entender melhor que ninguém –, terminei sendo mais agressivo. Esta é a natureza humana.
Talvez esta seja a natureza humana. Mas vamos lutar contra isso.
COELHO, Paulo. Maktub. Rio de Janeiro: Rocco, 1994. p. 169.
Intimidade é uma merda nessas horas. Tolerância é tudo. A verdade é o caminho.
Engraçado porque tínhamos acabado de revisitar um passado próximo uma grande amiga de anos e eu, quando concluímos e acordamos, depois de um período de crise, que é melhor sermos mais tênues em nosso tratamento - deixar a ‘faca na bota’ de lado, buscar não se afastar como resposta a desentendimentos.
O viajante caminhava com mais dois amigos pelas ruas de Nova York. De repente, no meio da conversa banal, os dois começaram a discutir, e quase se atracaram. Mais tarde – já com os ânimos serenados – sentaram-se em um bar. Um deles pediu desculpas ao outro:
Tenho reparado que é muito mais fácil ferir pessoas que estão próximas – disse. Se você fosse estranho, eu teria me controlado mais. Entretanto, justamente pelo fato de sermos amigos – e de você me entender melhor que ninguém –, terminei sendo mais agressivo. Esta é a natureza humana.
Talvez esta seja a natureza humana. Mas vamos lutar contra isso.
COELHO, Paulo. Maktub. Rio de Janeiro: Rocco, 1994. p. 169.
Intimidade é uma merda nessas horas. Tolerância é tudo. A verdade é o caminho.
Engraçado porque tínhamos acabado de revisitar um passado próximo uma grande amiga de anos e eu, quando concluímos e acordamos, depois de um período de crise, que é melhor sermos mais tênues em nosso tratamento - deixar a ‘faca na bota’ de lado, buscar não se afastar como resposta a desentendimentos.
Muito bom. Nada como amadurecer e ganhar mais experiência para lidar com nós mesmos e entre a gente de maneira harmoniosa e construtiva. Aceitar e aprender com nossos defeitos e com a maneira que o outro é, foi o que nos fez perpetuar a relação. Amizade é isso: saber o melhor e o pior de alguém, e amá-lo exatamente assim, imperfeito.
Nandinha, esse texto é para você.
Essa história ilustra uma das coisas que eu não gosto no Paulo Coelho. Ele aponta para uma verdade sobre o ser humano e aí conclui errado numa tentativa frustrada de um melhoramento da natureza humana.
ReplyDeleteÉ uma das funções dos amigos serem nosso alvos, nossos parceiros duelistas contra o que nos frustra. A amizade carrega o perdão inerente contra as investidas da bile. A troca de patadas entre amigos é uma das maneiras de ventilarmos nossa agressividade caçadora e guerreira sem consequencias desagradáveis à sociedade. Cada amigo nosso é parte do nnosso clube da luta e as nossas brigas entre nós nos ajudam a treinar para quando precisarmos lutar unidos. Qualquer exército sabe disso, qualquer nação democrática também. Se uma briga entre amigos não carrega esta dosse cavalar de perdão embutido, é pq era falha a amizade pra começo de conversa.
bem que o pessoal do PT podia compartilhar de tua 'tese', hein?! mais união e menos farpa - esse é o ideal.
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