Voltamos àquela velha questão que assola a sociedade há tempos (de repente desde que o mundo é mundo...): violência doméstica. Um crime que desestrutura famílias aqui e lá fora.
Todo mundo vê na TV que o Rio de Janeiro é uma cidade perigosa, ok – concordo. Moro lá e conheço os riscos referentes ao local que escolhi para viver, mas o que presenciei ontem aqui, em Porto Alegre, NUNCA vi havia visto igual em terras cariocas.
Domingo, 22h30min - Começam a discutir no andar de baixo. Percebe-se que é algo referente a ‘poder’: “Quem manda aqui sou eu, porr*!”, nesse nível. Logo depois, altos gritos de dor e barulhos de pancadas. Pelo o que se ouve, sabe-se que uma mulher está apanhando, e MUITO.
Crianças assustadas questionam o que está acontecendo. Imagino no que deve estar pensando o pequeno que está lá embaixo a presenciar toda a cena ao vivo, nos traumas que surgirão em sua vida, nos valores que levará para o futuro. Se nós, adultos, já demoramos a dormir e relaxar depois do incidente, imagina elas! Cruel.
A vizinhança passa a se manifestar. Ameaçam chamar a polícia, nada parece convencer a mão agressora a parar, no entanto. “BUM BUM BUM” - suspeitamos agora que ele está batendo a cabeça dela na parede. Interfona-se para a portaria, ele diz que nada pode fazer a respeito. “Problemas pessoais de família”, alega.
Berros e choros constantes. A polícia chega, mas entra pelo portão mais longe do condomínio. Silêncio no térreo e, de repente, abrem a porta. Dois caras (tipo armário - 2mX2m) carregam a criatura ensanguentada cujos pés escorregam pelo chão sem tocá-lo. Não consegue caminhar, está desacordada.
Berros e choros constantes. A polícia chega, mas entra pelo portão mais longe do condomínio. Silêncio no térreo e, de repente, abrem a porta. Dois caras (tipo armário - 2mX2m) carregam a criatura ensanguentada cujos pés escorregam pelo chão sem tocá-lo. Não consegue caminhar, está desacordada.
Os policiais interrogam os vizinhos. A moradora que fez a denúncia se identifica. Todos reclamam do ocorrido. “Um absurdo!”, dizem. Enquanto isso, vemos o carro com os três desce a rua. Mais alguns minutos, e a brigada vai embora.
No dia seguinte: “Bom dia, Seu Zé”. “Se eu fosse a senhora, me cuidava. Eles vão te dar uma surra”, alerta o porteiro. Ou seja, é uma máfia - nem só conivente ele é, mas cúmplice. A ameaça vem de onde menos se espera.
Familiar espancando parente (não sabemos ainda se era “assunto” de pai e filha, ou casal – independente: relações de afeto), prestador de serviço responsável pela segurança dos condôminos mancomunado com malfeitores, despistando a polícia a seu favor e ainda dando recados... Tá tudo errado!
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Lembrando que foi aprovado este mês o Projeto de Lei n. 4.367/08, da deputada Elcione Barbalho (PMDB-PA), que inclui a agressão praticada por namorados ou ex como uma das categorias de violência contra a mulher, passíveis de punição pela Lei Maria da Penha (n. 11.340/06).
Denuncie! A mula ruge...
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