Não é o fato de o supermercado Guanabara fazer 12 aniversários por ano (a cada mês, divulgando uma promoção bombástica e sorteando ingressos para um show diferente), do extremo mau-gosto e da pouca qualidade dos anúncios de guaranás cariocas veiculados na Band, do volume das chamadas das Casas Bahia, Casa & Vídeo e Ricardo Eletro ser extremamente alto e o seu apelo violento - com estrondos, batidas e pancadões de áudio dando a entender que os preços caíram... O que mais me irrita nas propagandas hoje em dia é a esteriotipada e infeliz presença da imprensa nelas.
Como? Naqueles comerciais em que pessoas invadem em meio a flashes e empurrões as vítimas - INACREDITAVELMENTE, quem seriam os consumidores em potencial. Alguns exemplos: o do Colgate White-alguma-coisa, em que uma moça está num provador de roupas e é surpreendida por jornalistas e fotógrafos que invadem-no quando ela olha uma sujeirinha em seu dente. De maneira abusiva, eles a questionam sobre seus problemas dentários, induzindo-a a usar o líquido para enxágue bucal. Ridículo.
Outro: do Harpic Power Plus (ou algo parecido). Uma equipe de TV bate à porta de uma dona de casa para saber como ela limpa seu banheiro. A coitada mostra que usa água sanitária, e desinfeta o vaso, enquanto a repórter a critica dizendo que o produto que tem em mãos é melhor, cinco vezes mais eficaz contra os germes e bactérias. Péssimo. A pessoa abre sua casa, sua intimidade, é exposta em situações bizarras e ainda é criticada em suas escolhas, seus hábitos.
Na boa, quem que, sendo atacado assim, usaria o produto de uma marca cujo approach é esse? Quem cria isso? Mais: quem, da própria empresa, APROVA tamanha barbaridade? Fico, aqui, queimando a mufa pensando como deixam passar essas campanhas... afinal, o marketing é negativo. Parace até sabotagem! Sinceramente, fico com raiva deles, repulsando seus produtos, serviços - o que for! Mas tem outra coisa que me incomoda... a questão do elenco. São todos fake, ninguém ali é real.
Já vi atores em mais de um anúncio ao mesmo tempo, atuando em perfis diferentes. Num, ela é mãe, quer proteger a família contra os mosquitos; noutro, é solteira, supercontemporânea, bem-sucedida e almeja adquirir um carrão (com um motorista lindo, claro, para dirigi-lo!). Pior que isso só conhecendo a figura, e saber que é tudo MENTIRA - ela não é uma executiva, namora um amigo seu, eles não tem filhos, abominam repelentes e não almejam banheirões estilo "de titio".
A pergunta que não quer calar: por que não tentam fazer com gente de verdade, que os consome de fato, está insatisfeito com o concorrente, quer melhores resultados e, principalmente: cujo depoimento é SINCERO. Seria melhor. Apesar da dificuldade de achar alguém bacana para vender Corega, por exemplo, se conseguissem um personagem, seria o ouro! Aí, cola, colega publicitário (literalmente - até a dentadura alheia!).
Só Amanhã nas Casas Bahia "pummmmmmmmmmmmmmmm"
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