Quando eu era criança a gente podia brincar na rua, ir sozinho para o colégio – ou, no máximo, com os irmãos e/ou amigos. Tudo bem que era um tempo diferente, menos perigoso que hoje, mas até que ponto é puro exagero dos pais da atualidade (que eram os filhos de ontem), numa desacertada tentativa de superproteger os pequenos (de agora) da realidade em que eles próprios viveram antes, anos atrás?
A pergunta vai mais além, numa perspectiva de futuro mesmo. Não estariam os pais (mega) corujas deixando de criar as crianças para o mundo, permanecendo elas por mais tempo debaixo das asas de suas mães? Não sei se fui muito solta e independente no passado, mas estranho e critico tamanho amparo e inocência infantil num momento que era para ser mais sagaz; eles, mais safos.
Espero educar eu os meus, quando os tiver, de uma maneira que cresçam preparados para lidar com esse universo cruel que os espera pela frente, num futuro duvidoso. Penso muito a respeito, em como farei para dar vida a adultos espertos, estudiosos e batalhadores, e não a bobalhões preguiçosos que dependam de mim para sempre, vivendo às minhas custas! Por algum tempo, ok (e terei MUITO prazer em sustentá-los, provê-los - como qualquer mãe normal faz), mas depois, até por uma questão de sobrevivência, eles DEVEM andar com suas próprias pernas.
Acho horrível barbados que não sabem fritar um ovo, ou que roupa colorida junto à branca na máquina vai manchá-las. Não lavar as próprias cuecas, socorro! Mais: mimados que não sabem se virar sozinhos, que perdem seus pertences, e simplesmente não ligam, tampouco tentam recuperá-los, pois não ignoram o preço das coisas, quanto custam. Mas o pior são as mães que vão lá e repõe tudo sem dar bronca, que não os educam, só confortam.
Será essa carência, essa deficiência proveniente de certa culpa e compensação pelo o que passamos nós nos anos 80, quando as vacas eram mais magras e a economia nada colaborativa, tudo era mais sofrido de se conseguir? A mim, parece que damos o devido valor a tudo pela dificuldade dos tempos de criança, mas não estamos sabendo transmitir isso aos herdeiros em tempos de brinquedos fartos pagos a prestações.
Possibilidades à parte, o trabalho de formação é árduo. Peca-se pelo amor, pelo excesso e pela falta de noção e de bom senso. Para uma real evolução da espécie, educar da melhor forma é para fora, sem barreiras protetoras que atrapalhem a construção de um cidadão consciente – no caso, a barra da saia das mães.
E o barbado ainda pode arrumar uma mulher de sucesso para sustentá-lo e fazer o papel da mãe dele... ai, ai...
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