Já faz um ano que ela se apaixonou perdidamente pela última vez.
Foram dias intensos aqueles. Noites solitárias, mas repletas de fantasia, sintonia e um bem-querer que enchia suas vidas de graça. Aquele homem a conquistara com sua voz melódica, e pela certeza em a querer. O namoro foi à distância e o rádio (e o telefone), o elo entre eles.
Estiveram juntos poucas vezes. Viviam um mês em um dia em viagens dela para vê-lo. Não se conheciam direito. Foi uma aposta grande. Era sorte demais terem se achado. E foi. Foi maravilhoso. Tinha tudo para ter dado certo.
A vontade de estar junto era muita e a saudade, demais. Em quatro anos ela não tinha antes pensado em voltar para sua cidade natal que pouco visitava, mas com o amado longe... só restava aparecer uma boa oportunidade de trabalho para o retorno ser ideal. Será?!
A chance de viver a dois uma vida sempre almejada a agradava - casa na zona sul, labradores correndo na grama, aquecedor e chuveiro a gás para os dias frios... tudo QUASE perfeito. Mas por que ELE não poderia vir a seu encontro? Seria pedir demais? Dúvidas começaram a assombrá-la.
Um rio de possibilidades o esperava ao lado dela. Era O sonho: casa com grama no Recreio, Elvis e Elis no quintal latindo, moto para fugir do trânsito, toalhas pretas no banheiro, uma melhor remuneração talvez... só dependia DELE. E o que ele estava fazendo ao invés de tentar? Aguardava o quê?
Segundo Schopenhauer a vontade rege o mundo, e faltou coragem ao príncipe em seguir em frente, em mudar. Teve medo. Uma noite, numa boate, na fila do banheiro, ela leu um poema na parede e se colocou a chorar. Era sua história contada pelos versos de outro. Um alguém tão covarde quanto ele.
Nada!
Como é longe...
Como é longe...
Um rocha me empurra pra trás
Um peso na consciência me empurra pra frente
Esse peso é ela...
Essa rocha sou eu
Quinze dias se passaram e ele sumiu. Depois de uma entrega toda, ele a deixou sem dizer uma palavra. Ela já havia desistido antes, de longe, após gastar todos os seus argumentos e forças em tentar traze-lo para uma vida menos ordinária, mas ficou surpresa e chateada com o silêncio do rompimento. Cansou-se à toa.
O relacionamento durou menos de quatro meses e custou mais de quatro mil. Sem ele, seguiram-se mais de dez prestações em contas herdadas pela força de uma paixão louca, efêmera. Hoje, ela está livre e se sente feliz, mesmo sem os cães - que virão, mas com outro dono.
Foram dias intensos aqueles. Noites solitárias, mas repletas de fantasia, sintonia e um bem-querer que enchia suas vidas de graça. Aquele homem a conquistara com sua voz melódica, e pela certeza em a querer. O namoro foi à distância e o rádio (e o telefone), o elo entre eles.
Estiveram juntos poucas vezes. Viviam um mês em um dia em viagens dela para vê-lo. Não se conheciam direito. Foi uma aposta grande. Era sorte demais terem se achado. E foi. Foi maravilhoso. Tinha tudo para ter dado certo.
A vontade de estar junto era muita e a saudade, demais. Em quatro anos ela não tinha antes pensado em voltar para sua cidade natal que pouco visitava, mas com o amado longe... só restava aparecer uma boa oportunidade de trabalho para o retorno ser ideal. Será?!
A chance de viver a dois uma vida sempre almejada a agradava - casa na zona sul, labradores correndo na grama, aquecedor e chuveiro a gás para os dias frios... tudo QUASE perfeito. Mas por que ELE não poderia vir a seu encontro? Seria pedir demais? Dúvidas começaram a assombrá-la.
Um rio de possibilidades o esperava ao lado dela. Era O sonho: casa com grama no Recreio, Elvis e Elis no quintal latindo, moto para fugir do trânsito, toalhas pretas no banheiro, uma melhor remuneração talvez... só dependia DELE. E o que ele estava fazendo ao invés de tentar? Aguardava o quê?
Segundo Schopenhauer a vontade rege o mundo, e faltou coragem ao príncipe em seguir em frente, em mudar. Teve medo. Uma noite, numa boate, na fila do banheiro, ela leu um poema na parede e se colocou a chorar. Era sua história contada pelos versos de outro. Um alguém tão covarde quanto ele.
Nada!
Como é longe...
Como é longe...
Um rocha me empurra pra trás
Um peso na consciência me empurra pra frente
Esse peso é ela...
Essa rocha sou eu
Quinze dias se passaram e ele sumiu. Depois de uma entrega toda, ele a deixou sem dizer uma palavra. Ela já havia desistido antes, de longe, após gastar todos os seus argumentos e forças em tentar traze-lo para uma vida menos ordinária, mas ficou surpresa e chateada com o silêncio do rompimento. Cansou-se à toa.
O relacionamento durou menos de quatro meses e custou mais de quatro mil. Sem ele, seguiram-se mais de dez prestações em contas herdadas pela força de uma paixão louca, efêmera. Hoje, ela está livre e se sente feliz, mesmo sem os cães - que virão, mas com outro dono.
Um ano e tudo acabou, enfim. Ele é passado. Ela, sou eu.
Ah, quem não gastou os tufos num amor distante perdido não sabe o que é amar nos dias de hoje...
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