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Monday, 2 August 2010

(m)ismos


Os anos passaram e o “perigo” continua... Antes chamavam de comunismo; hoje, o bicho-papão tem outro nome: terrorismo. Esse pânico, criado e cultivado desde (e principalmente depois d)os ataques de 11 de setembro, nos Estados Unidos, alimenta a cultura bélica e armamentista yankee, fortalecida com as duas grandes guerras, e amadurecida com a Guerra Fria, todas ocorridas no século passado.

Os fins maquiavélicos capitalistas-imperialistas norte-americanos são justificados pelos meios duvidosos aplicados em busca de seus objetivos. Coloco o dedo na ferida aqui, mas também não concordo com o histórico cruel e sangrento de chineses e soviéticos para obtenção de poder no bloco socialista. Foram esses últimos, inclusive, que começaram a era de “terror” no Afeganistão, em 1979, invadindo o país, dando fim à onda pacifista da Hippie Trail, que por lá passava no auge dos anos 60 e 70.

Tais assuntos foram primorosamente abordados no programas que mais gosto atualmente em nossa televisão – “Sem Fronteiras” da Globonews e “Não Conta Lá em Casa” do Multishow, respectivamente, em suas sondagens: terrorismo e Afeganistão. O fato é que desculpas infundadas (como a de segurança) tem sido utilizadas para mascarar reais interesses de supremacia econômica e política, passando por cima de pessoas e meio ambiente, governos e direitos civis. Indeed, they really don’t care.

Acredito que é difícil vencer sem algumas atitudes extremistas. Por vezes, é necessário o tal do iron fist (ou seria ‘fist fucking our ass’?) para conseguir chegar aonde se quer. Alguém sempre vai sair prejudicado nessa triste constatação. Ser ponderado, entretanto, é uma conduta que deveria se trabalhar mais e melhor, a longo prazo – já que, nos imediatismos administrativos e diplomáticos, na maioria das vezes, é inviável "perda de tempo" com negociações e maior tolerância.
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sem escolha

No ensejo, exponho que, apesar de me agradar o fenótipo, depois que soube pelo Fantástico das repetidas ocorrências de casos aqui no Brasil de pais libaneses que sequestram seus filhos, levando-os para o país de origem, longe das mães, passo a ver esses homens com outros olhos. Preocupante. A questão da diferença cultural, já conhecida por mim, agora me assusta mais do que nunca.

Lamento o oriente ser um local tão perigoso para as mulheres, uma vez que outros tantos fatores e valores oriundos de lá me fascinam. Jamais poderia, por exemplo, fazer um reality como o de viagens incomuns, citado acima (que adoro!), porque alguém do sexo feminino, mesmo uma profissional, não tem a mesma liberdade que um homem para transitar livremente nos destinos visitados pelo grupo de amigos.

Contraponho-me ao machismo e à submissão a que as cidadãs (será que posso chamá-las assim, considerando a situação em que vivem?) são submetidas em territórios islâmicos. Seria o profeta Maomé tão injusto, ferrenho e radical com elas? – afinal, relacionou-se e casou com várias (não se conhece o número exato; mais de dez com certeza!), teve filhas... presenciou então um universo feminino amplo, embora pouco tenha convivido com sua mãe, que faleceu quando ainda era criança.

Não questiono aqui nem a poligamia, que seria um problema, alvo de críticas por várias pessoas. Não vejo nisso uma desvalorização nossa, dada a realidade dessas esposas em tradições cujo melhor destino é este, quase sempre o único a ser traçado. Também não me oponho se pudéssemos, nós, ter vários maridos nessa "liberalidade" quanto aos votos matrimoniais para os padrões cristãos a que estamos acostumados. O que me chama a atenção é o posicionamento da mulher como ser humano – o que não acontece por lá na nossa visão ocidental.

Também já fomos tratadas com inferioridade aqui mesmo nos primórdios, na civilização greco-romana. Até pouco tempo, aliás, não votávamos, sofríamos violências e preconceito, mas esse comportamento mudou nas últimas décadas e, hoje, é inadmissível para nós algo como o uso da burca, por exemplo. Não poder falar, estudar, trabalhar... a falta dessa civilidade é recriminada por todo o resto do mundo não-muçulmano, assim como a mutilação dos órgãos genitais de meninas realizada por tribos da África – uma barbaridade! (outro motivo para a mula rugir... aguardem)

Ser mulher é um desafio que muitos homens jamais compreenderão. Atualmente, grande parte  deles infelizmente ainda não nos vê como deveriam. A pretensão não é ser igual, pois jamais o seremos (porque somos biologicamente diferentes), mas termos liberdade (de escolha), condições e oportunidades, além de os mesmos direitos e deveres, cada um (com sua natureza) contribuindo do seu jeito para um mundo melhor. Básico, sem extravagâncias.

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