Para o mundo que eu quero descer! Fiquei BEGE quando liguei hoje a TV e vi no final daquela (palhaçada de) entrega de prêmios dos melhores da televisão brasileira (*um parêntese: como, se ignoram os demais canais e só consideram os produtos e filhos da casa?) que venceu na categoria Música o grupo Calcinha Preta com o hit “Você Não Vale Nada Mas eu Gosto de Você”.
Nada contra eles terem ganhado (apesar de eu estar torcendo para “Shimbalaiê” da Maria Gadú), acho até que foi bem merecido o prêmio, porque a canção virou mania ano passado no Brasil inteiro. Em função da novela, e do carisma da personagem que embalava, caiu no gosto popular, colou que nem merda em tamanco. Minha surpresa foi mesmo em reconhecer um dos integrantes da banda.
'Seus cabelos continuam os mesmos; mas sua voz, quanta diferença'! Na verdade, estou brincando com o trocadilho da frase inversa, porque nem consegui ouvir qualquer palavra que ele emitisse, em função daquele playback tosco que não sei por que insistem em colocar, apesar de toda a infra que tem nos estúdios Globo para comportar tocar um trechinho que seja do forró com os instrumentos disponíveis lá.
Vamos aos fatos:
- Maceió, anos 90
Como minha família se mudou para lá em 1989 (excelente oportunidade para poder vivenciar a era Collor, 'onde tudo começou'), costumava passar as férias, de dezembro a março, na capital alagoana. "Rueira" que só eu, caminhava sempre no calçadão da orla e me enturmei com um grupinho de jovens que jogava vôlei de praia na Ponta Verde. Ficamos amigos e,com eles passei praticamente todos os fins de tarde daquele verão.
Um menino em especial me chamou a atenção de cara. Ele era cabeludo, saradinho, loiro, olhos mel... lindo! Fazia o maior sucesso com as meninas. Agora não lembro se estudava no mesmo colégio da minha prima, mas me recordo saber na época mais detalhes de sua popularidade. Empolgadíssima, tirei uma foto dele até, e mostrava depois para minhas amigas do Sul.
No final das contas, não ficamos. Eu me interessei por outro gatinho da turma, de Goiânia, com quem vivi um amorzinho de verão bem adolescente ao estilo Greasy (mas do agreste, claro!) [Risos]. A estação terminou e, perdemos contato. Depois desta vez, em função da proximidade com vestibular, grana etc., passei a ir cada vez menos visitar os familiares no Nordeste.
Numa época em que não existia internet acessível, comunicação à distância só por correio mesmo - nem telefone era viável financeiramente falar. Por algum tempo, ainda escrevi para o namoradinho que arrumei, mas também não perdurou muito. E, acreditem, como é de praxe hoje nesses sites de relacionamento, acabamos nos achando na rede. Falamos bem pouco, verdade, mas legal isso de poder saber da pessoa, resgatar um contato, enfim.
- Rio de Janeiro, 2005
No auge da moda Orkut, pergunto ao pessoal de MCZ (sigla de Maceió, utilizada pelas empresas de aviação) sobre os amigos de lá, quem tinham perfil e tal e então Gisela me conta que o bonitão tinha virado cantor de forró e me passou um link para eu ver fotos recentes dele. Ok, por lá é supercomum curtir esse estilo musical (até eu já me aventurei duas ou três vezes em alguns shows do Baby Som e Mastruz com Leite, que bombavam anteriormente). Ou seja, compreensível o rumo que ele acabou tomando.
- Hoje
Depois disso, esqueci completamente o ocorrido e, só fui de fato me ligar que o Marlos fazia parte do Calcinha Preta agora, há poucas horas. Corri pro Google para me certificar que era ele mesmo e me deparei com zilhões de fotos dele e de sua esposa, que também é do grupo. Ele mantem as melenas e a cor dourada. Infelizmente, não posso dizer que segue com o mesmo charme que me agradava há mais de 15 anos, mas eu sou minoria pelo que vi na quantidade infinita de fã clubes que o rapaz possui.
Fiquei feliz pelo seu sucesso. Legal isso de poder ver que alguém que fez parte do seu passado, mesmo que rapidamente e de forma amena, esteja numa situação como a dele, tendo o reconhecimento mor de seu trabalho - no Faustão, que é, acredito eu, o que de melhor se pode oferecer hoje em termos de visibilidade à massa, seu público. Logo pensei na surpresa e alegria de alguns velhos amigos quando ficam sabendo de mim também... Faz parte.
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Aproveitando o gancho dos longos fios masculinos em função da vinda de Axl Rose ao Brasil, afirmo que ele e Sebastian Bach foram os maiores símbolos de toda uma geração de roqueiros cabeludos, que tinha ainda os morenos do Extreme, Jon Bom Jovi, Steven Tyler e o crespão Slash. Depois que vieram os pré-púberes Hanson na inércia de qualquer coisa que eles certamente nem sabiam do que se tratava.
Tenho que admitir que nunca fui muito fã dessa turma (com exceção do extremados, pois adoro “More Than Words”). Era muito mais ligada nos igualmente peludos Capitão Caverna, Chaka de O Elo Perdido e o consagrado Primo Itt da família Adams - esses sim, habitavam meu imaginário com mais intensidade devido a suas características cômicas, e sem as caras e bocas tão comuns no período, adotadas por esses ídolos juvenis da música. Dúvidas? - veja as fotos da época (são de chorar de rir!).
Em tempo: quanto ao curioso Primo Itt e suas madeixas, qualquer semelhança com o "amigo" famoso não é mera coincidência. Eca! Foi-se o tempo, né?! - os anos 80 já acabaram... (e há 20 anos, inclusive).