E então ela nota que ele usa uma proteção e, curiosa, pede para ver. Quando ele mostra, a surpresa: São Nicolau. Pensando bem, era de se esperar, tratando-se o moço de um homem do mar, ‘quase’ um marinheiro.
Está aí uma fantasia que ela jamais havia analisado antes com segundas intenções, fora a curiosidade própria do pioneirismo das tatuagens, da vida solitária e rotina itinerante. Mas, imaginando aquele corpo grande, vestido como um estivador - de macacão cinza, botas amarelas, capacete... Sujo e suado, ela percebeu seu interesse imediato pelo tipo ‘do porto’, no comando de um equipe trabalhando para embarcações de grande porte.
Era só o que conseguia pensar toda a vez que flertava com aquele olhar meigo mas malicioso, mirando suas mãos gigantes, ou ouvia ao telefone aquela voz forte. Consegue imaginar-se ao seu lado ao longe, num futuro próximo. Vê-se a mãe de seus filhos, constituindo uma família feliz, com uma vida próspera, voltando ao Rio inúmeras vezes.
Uns dez dias antes:
“São Nicolau, por favor, dê-me alguém que seja legal, interessante, do bem, que cuide de mim. Não suporto mais ficar sozinha”.
Parece que Ele atendeu suas preces... protetor dos marinheiros e dos amantes.
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