Sensibilizaram-me as chamadas da Globonews para a questão do medo oriundo do terrorismo oficialmente instaurado em âmbito mundial pelos atentados de 11 de setembro. Uma mostra a cifra dos mais de um trilhão de dólares gastos, desde então, com questões ligadas a esse sentimento, e a conclusão: custa caro.
Em todos os patamares, diria. Seja aos governos e seus investimentos armamentistas, ou aos pacatos cidadãos com grades, portões, cachorros, câmeras em condomínios... gasta-se MUITO para se proteger. Os motivos variam de questões políticas, religiosas, ou a tão próxima violência urbana que aflige a maioria da população que vive nas grandes cidades.
E é justamente nesses lugares que tudo isso se junta e resulta em incidentes como o da morte injusta de Jean Charles – brasileiro brutalmente assassinado há cinco anos no metro londrino, confundido com um terrorista muçulmano. O cerco fechou, e cor de pele, crenças etc. viraram desculpas para o erro.
Num desses excelentes programas que o canal de notícias tem apresentado, vi o depoimento de um figurão das políticas internacionais dizendo que o desespero de algumas nações, alarmadas nos dias atuais, não pode justificar atos como o ocorrido. As pessoas não devem se acostumar com preconceito, precipitações e impunidade em casos de falha.
Nenhum membro da (antes) tão respeitada Scotland Yard foi punido pela morte do eletricista mineiro. Assumiram ter se tratado de um equívoco, mas não penalizaram nem quem puxou o gatilho, disparando sete tiros na cabeça do jovem, nem quem estava no comando da mal sucedida operação e autorizou sua execução. Lamentável.
A família foi indenizada, mas outros casos de abuso de poder e uso de força contra inocentes já foram registrados – tudo em nome do medo. Aqui no Brasil, peca-se por motivos semelhantes, aliados a um despreparo de nossa polícia, que, além disso, ainda é corrupta! Sinceramente, não sei de quem tenho mais medo hoje em dia: de polícia ou ladrão. Difícil dizer...
Do que mais temos medo? Desemprego, solidão, morte... muitos são os motivos para nos preocuparmos. Os bichos-papão dos adultos estão tão vivos, e, infelizmente, a vida real não é a “belezura” das novelas de Manoel Carlos. Fico meio frustrada ao ver tudo isso, mas, ao mesmo tempo, não posso reclamar tanto porque aqui não vivemos em guerras, e o povo consegue se divertir com pouco, driblando as dificuldades como pode, com nosso ‘jeitinho brasileiro’.
A mim, o que mais apavora é a falta de perspectivas. Assusta-me (e MUITO) não saber se tudo vai dar certo, mesmo que haja empenho para tanto, simplesmente por não haver oportunidades, poucos terem chance. Desestimula qualquer um o amanhã nada próspero. A ocasião faz o ladrão, e tem muita gente enlouquecida, utilizando-se de quase nada para matar, roubar, ser do mal. Por vezes, parece que é mais fácil se entregar.
Difícil apontar para uma solução em meio ao caos. Mas torço por nós, por nossa segurança e bem-estar, sem pânico.
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