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Friday 29 May 2009

um salto para a eternidade


Na verdade não foi somente um. Foram diversos os saltos de João Carlos de Oliveira que o levaram às grandes vitórias que conquistou, e ao apelido de ‘João do Pulo’ - como ficou conhecido. Foi assim, saltando à distância, e dando três passos à frente, longe, que ele se eternizou na história do esporte brasileiro e mundial.

Quando eu fazia atletismo (sim, já me aventurei nesse esporte e ganhei, inclusive, algumas medalhas saltando à distância – uma no estadual mirim até, de bronze), sempre o tinha como exemplo a ser seguido. Era meu ícone do esporte. E ainda é. Emociono-me ainda ao relatar sua trajetória fascinante, embora triste.

Aos 19 anos ele ganhou reconhecimento ao quebrar o recorde mundial júnior de salto triplo no sul-americano com a marca de 14,75 m. Dois anos depois, nos Jogos Pan-americanos da Cidade do México, conquistou a medalha de ouro no salto em distância com uma marca de 8,19 m. No mesmo ano, com a incrível marca de 17,89 m, ganhou também a medalha de ouro no salto triplo, quebrando o recorde mundial desta modalidade em 45 cm que pertencia ao soviético Viktor Saneyev.

No ano seguinte, nas Olimpíadas de Montreal, embora favorito ao ouro no salto triplo,em função de compromissos militares (João era cabo do Exército), não estava em sua melhor forma física e teve sua marca de 16,90 m superada pelo soviético Viktor Saneyev e pelo americano James Butts. Em 1979, nos Jogos Pan-americanos de Porto Rico, porém tornou-se bicampeão tanto no salto triplo (17,27m) como no salto em distância (8,18m).

Apesar de mais uma vez ser o favorito no salto triplo, ele ficou de novo com a medalha de bronze, nas Olimpíadas de Moscou, em 1980. Ficou comprovado anos mais tarde que os fiscais anularam as 9 melhores de suas 11 tentativas, favorecendo a vitória dos soviéticos Jaak Uudmae e Viktor Saneyev, atletas da casa. Pedro Henrique de Toledo, o Pedrão, seu técnico, lamenta que isso tenha acontecido sem uma pressão eficaz por parte das autoridades brasileiras competentes.

Depois desse episódio infelizmente a vida de João foi marcada por um grave acidente que teve como consequência a amputação de sua perna direita. Ele passou cerca de um ano hospitalizado, entre 81 e 82, mas superou os traumas e, mais uma vez, seguiu firme em frente, vencendo mais esse desafio. Formou-se em Educação Física e entrou na vida política sendo eleito Deputado Estadual de São Paulo duas vezes, em 1986 e com reeleição em 1990.

Acreditem: seu recorde mundial de 17,89 m no salto triplo foi somente superado quase dez anos depois, em 1985, pelo americano Willie Banks, que alcançou 18,29m, em Indianápolis. Já seu recorde brasileiro e sul-americano (o mais antigo do salto triplo ) foi batido após 32 anos pelo triplista Jadel Gregório com 17,90 m, em 2007. O cara era bom MESMO, podia ser mais reconhecido, ter sido mais louvado.

E em 1999, devido a uma cirrose hepática e infecção generalizada, morre o nosso herói aos 45 anos de idade - solitário e cheio de dívidas financeiras. Hoje ao ver uma reportagem na TV homenageando-o não tive dúvidas que ele seria o tema a ser abordado no blog. Hoje é um dia especial, dez anos de sua morte, e ontem também, pois seria seu aniversário.

Fica aí o alerta para que as autoridades não deixem mais se repetir episódios como o das Olimpíadas de Moscou, com João, o da China, ano passado, quando sumiram com a vara da Fabiana Murer, e o de Atenas, em 2004, com Vanderlei Cordeiro de Lima, que lamentavelmente foi empurrado pelo padre irlandês Neil Horan, que o agarrou e o fez perder o ouro que estava quase garantido na prova da maratona. Ganhamos o bronze injustamente. E ninguém faz nada?

Fora isso, resmungo ainda sobre a desvalorização nacional e internacional até acerca de outros esportes que não sejam o futebol. Tem muita gente capacitadíssima, competente, que dá duro e não é valorizada (durante e após a carreira de atleta) . Acredito que diversas empresas e inclusive o governo poderiam incentivar mais outros esportes e fazer deles mais populares, mais acessíveis, para que caiam no gosto popular, cresçam e façam mais heróis como o João do Pulo.

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