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Monday 19 April 2010

abaetê


No Dia do Índio, uma singela homenagem a eles...

Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claro instante

Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros, das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias

Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
Tranqüilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá

Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto e cheiro
Em sombra, em luz, em som magnífico

Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto, sim, resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer
Assim, de um modo explícito

(Refrão)

E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos, não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio

No finalzinho da bela canção de Caetano Veloso intitulada ‘Um Índio’, ele toca o dedo na ferida. Fica claro (pelo menos para mim), todo mal que se fez contra esse povo e que mal se discute a respeito, mas se sabe.

Fui privilegiada por ter estudado com material didático tão rico: ‘Brasil Vivo’, livro de Chico Alencar – outro que provoca. Aliás, esse AINDA continua inquieto, lutando - não se entregou aos encantos daquilo que no passado tanto se criticava, como o outro citado.

Vários foram os textos alertando sobre a perda significativa de nossa cultura indígena na colonização do Brasil pelos portugueses. Se bem que, se tivéssemos sido “descobertos” pelos vizinhos espanhóis haveria um genocídio da mesma forma, pois foi assim com os Incas, Maias e Astecas também, ou pior ainda.

Por toda a América do Sul essa visão eurocêntrica de dominação, de colocar os índios ao seu serviço por se sentir superior, fez do ‘branco’ um grande assassino. Esse comportamento foi alimentado pela Igreja, numa tentativa de catequizar esses homens, novos fiéis em potencial. Não sei quem tem mais culpa... sinceramente.

Num continente em que viviam milhões de nativos, restarem apenas poucas centenas de milhares hoje em dia é a maior prova do massacre cometido. E o pior, aos poucos, os índios sobreviventes foram ficando sem identidade. Diferente de outras culturas, a deles era transmitida pela fala, de pai pra filho. Então, como foram calados, perderam-se. Essa é a pior realidade, acredito.

Jamais poderemos recuperar o que ficou no passado. Tanto conhecimento foi morto junto àqueles que perderam suas vidas por simplesmente serem diferentes dos europeus e não concordarem com eles (convenhamos: eu também suspeitaria de quem não toma banho e tem vergonha do próprio corpo...).

Alguns tentaram resgatar nossas raízes, como fez Darcy Ribeiro, grande mestre (um apoena na língua indígena - aquele que enxerga longe), mas seu projeto educacional nunca foi implementado como deveria... para tanto. Atualmente, muitas crianças em assentamentos do MST estudam e tem mais contato com essa cultura que os pequenos urbanos, das grandes cidades - distantes quilômetros da floresta, centenas de anos de nossa (triste) real História.

Em bom tupi-guarani: chega de nhenhenhém. Deixo aqui o link de um site FANTÁSTICO sobre o tema, para que pesquisem, saibam mais:
http://pib.socioambiental.org/pt. E encerro com uma frase do ativista negro norte-americano Martin Luther King, com cujo pensamento concordo e lamento...

O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons
*Teríamos (e ainda podemos) aprender MUITO com essas pessoas de bem. Faça a sua parte não se omitindo.

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