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Monday 7 September 2009

nós e eles


Dedico este post à emoção de estarmos na Copa da África do Sul no ano que vem, e sabemos disso desde já porque nos classificamos sábado agora em cima da Argentina. Ao contrário de muitos, não sou fanática pelos campos (e admito que nem pelo Colorado Campeão costumo me abalar até o estádio). Acho que, justamente por isso, não detesto esse nosso inimigo maior - bem pelo contrário até... Mas a rivalidade entre brasileiros e argentinos é conhecidíssima no mundo inteiro, e eu não poderia ignora-la - ainda mais vivendo num país em que o futebol é mais importante que TUDO na vida de MUITA gente.

Aproveito a ocasião para entender mais esse 'ódio' todo nutrido além fronteiras. Vamos lá: há exatos 95 anos iniciavam-se os conflitos dessa natureza entre as duas nações. Foi em setembro de 1914 que enfrentamos pela primeira vez a seleção do vizinho de camisa azul e branca. No início do século passado (pasmem!), o clima era de cordialidade entre os países enquanto a bola rolava. Tudo começou a desandar em 1937 (opa, há MUITO tempo já... 72 anos!), quando na final do Campeonato Sul-Americano, um conflito generalizado entre os jogadores no estádio do San Lorenzo acabou com a invasão de policiais e torcedores em campo.

Afirmam estudiosos que se joga pelo prestígio e pela honra. E, durante as partidas, naquele território, há uma licença moral de enfrentamento, e as disputas são, então, autorizadas. Nesse sentido, o futebol traz consigo, para os gramados, questões históricas e rixas muito maiores que as do esporte em si. Sempre competimos pela hegemonia sul-americana, é fato. Economicamente, com o Mercosul e o relativo êxito do Brasil frente à crise argentina, a desavença continua, mesmo que menos confrontativa. Irrita os argentinos o fato de nós, brasileiros termos uma visão mais otimista e positiva de nosso país, diferente deles, que em função de problemas econômicos e políticos cíclicos, são mais críticos com sua situação e questionam os políticos, o país etc., gerando uma autodifamação.

Por lá, somos vistos como soberbos ao demonstrarmos mais amor pelo Brasil (ou seria pelo futebol? - Acredito na segunda alternativa, pois nos vejo como acomodados justamente com questões mais importantes, como as que servem de motivo para a preocupação e insatisfação argentina - mas isso já é OUTRA história...). Não é o meu caso, porque sou gaúcha e, pela proximidade, esses esteriótipos foram desfeitos sempre, mas o que os brasileiros em geral acham dos hermanos? Justamente a mesma coisa! Se os conhecessem de fato, veriam que são bem mais cordiais do que se imagina. E tem bastante a ensinar em termos de organização pública e qualidade de vida. Comparados conosco, vivem com menor desigualdade social e menos violência.

Não há como negar que essa discórdia toda é fruto de preconceito e ignorância, de ambos os lados. É um choque entre gigantes cheios de autenticidade, tradição e garra - tanta, que marcou praticamente a metade dos jogos realizados com conflitos, brigas e muitas discussões. Há quem afirme, inclusive, que este é o maior clássico do futebol mundial - mais do que Brasil X Itália ou Brasil X Alemanha. É, nesse sentido, o favoritismo nos inclui em todas... Só não sabia que a Inglaterra, por razões históricas e políticas, é tão rival da Argentina quanto a gente. E este seria o único jogo em que (DE REPENTE, vai saber...) eles torceriam pelos canarinhos - ou seriam 'macaquitos'? Não importa. Não dá para levar provocações de estádio para casa - se não, o que seria dos juízes e de suas pobres mães, que nada tem a ver com o fracasso dos times que perdem?

Nessas nove décadas de duelo, foram quatro jogos em Copas do Mundo, disputas da Copa Roca (competição entre os dois países), jogos da Copa América e amistosos - muitas vezes, nada pacíficos. Em 1946, na decisão do Sul-Americano, em Buenos Aires, ocorreu o pior episódio de todos, quando jogadores brasileiros foram agredidos em campo, inclusive pela polícia argentina. Esse incidente acarretou o rompimento das relações futebolísticas e o afastamento dessas equipes durante longos dez anos. Por fatores como o número de feridos, a interferência policial, a ira dos torcedores, o abandono e o retorno ao gramado por parte de nosso time, o escritor Newton César de Oliveira Santos, que lançou este mês seu livro "Brasil x Argentina - Histórias do Maior Clássico do Futebol (1908-2008)", classifica este como o mais sério conflito entre os dois. Felizmente não se crê que esse capítulo traga farpas para os estádios ainda hoje.

Não vou nem entrar no mérito aqui de saber quem é melhor e levou mais troféus para casa, nem se é o Pelé ou o Maradona o melhor jogador do mundo (até porque isso já sabemos, né?! - por favor!). Meu objetivo era aproveitar a ocasião para entender o que faz de nós tão vorazes quando o adversário é a Argentina, e compreender o que está em jogo, fora a bola. Fiquei satisfeita quando percebi que, ao darmos tamanha importância ao rival, assumimos nossa admiração e gosto por enfrentá-lo, ainda mais se ganharmos, claro! Todo o protocolo (as provocações, as piadas, o que antecede e o que sacramenta o final das partidas) é o que nos impulsiona e enriquece o esporte. Sou a favor dessas 'rinhas' naturais, desde que sejam pacíficas, sadias e construtivas, mas inteligentes e sacanas também - no bom sentido.

É isso o que nos une. E encerro utilizando-me da criativa arte que coloriu as ruas do país ao lado, para dizer que há tempos o Brasil vem fazendo mais bonito que a Argentina no futebol. E, nesses encontros, quem tem gozado somos NÓS (e são orgasmos múltiplos em cima do esforço deles!). Tudo bem que é futebol, mas chega de machismo bobo, porque quem come, NA VERDADE, é a mulher! Assim, a imagem diz TUDO - só tinha que ser em verde, ou amarelo.

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