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Thursday 6 August 2009

anti-rosa


Serão necessários 75 anos, de 1945 a 2020, para que o mundo esteja livre das armas nucleares? – essa é a proposta da organização Prefeitos pela Paz, presidida por Tadatoshi Akiba, atualmente à frente de Hiroshima, que há exatos 64 anos foi atingida pela primeira vez na História por uma bomba dessa potência, mortal. E quantas mortes foram necessárias até hoje para que se tenha certeza dos malefícios desses recursos?

Com certeza nem as 80 mil vítimas instantâneas, nem as mais de 188 mil que sucederam devido à radiação, aumentando drasricamente o número total, foram suficientes para que um basta fosse dado sobre o problema. E se formos esperar ainda pelo fim das mais de 235.500 vidas supérstites, que se mantem sob seqüelas incuráveis daquele fim de Guerra (ou seria melhor dizer início de outra - da Guerra Fria?)? Serão mais de meio milhão de almas perdidas numa única tomada de decisão, num apertar de botão.

Chega de culpar o general-brigadeiro Paul Warfield Tibbets Jr., comandante e piloto do bombardeiro B-29 Enola Gay, que lançou a bomba contra a cidade ao sul da Terra do Sol nascente. Esse, embora tenha dito que dormiu sem dor na consciência durante os 62 anos que viveu após ter perpetuado centenas de milhares de destinos com a morte, tem o peso do título de maior executor coletivo até hoje sobre ele.

Criticam e crucificam os governantes do Irã e da Coréia do Norte, por buscarem nesse tipo de armamento, poder de destruição suficiente para amedrontar a maior potência mundial, único país a utilizar tal recurso não uma, mas duas vezes consecutivas, e contra alvos civis. Supõe-se que nem Iossif Vissarionovitch Djugashvili, mais conhecido como Josef Stálin, o bicho-papão do comunismo pós-guerra, sob o regime de Partido Único, cometeu tal atrocidade num ato só.

O tiro saiu pela culatra! Se com os ataques às cidadezinhas japonesas o objetivo era o de intimidar a União Soviética, a missão fracassou. Ao invés disso, o que ocorreu foi a maior corrida armamentista da História, e o conflito entre duas potências como consequência. Mas a Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética nunca aconteceu de fato, por isso seu nome, devido ao temor instaurado por cientistas quanto aos terríveis efeitos que uma guerra nuclear causaria ao planeta.

Hoje, o Japão pede ajuda aos Estados Unidos, seu carrasco no passado, numa tentativa de se fortalecer junto a essa chamada ‘Obamaioria’ – que nada mais é do que uma junta de poderes que conta com a participação de mais de três mil cidades de 134 países, 55 delas latino-americanas. Tais informações estavam no discurso de Akiba, 64º aniversário do lançamento da primeira bomba atômica, diante de milhares de pessoas reunidas hoje no Parque Memorial da Paz de Hiroshima.

É triste tratar de um assunto tão delicado, de uma página tão cruel de nossa História. Sempre quando me lembro desse fato, impossível não vir à mente a canção de Vinícius, cantada pelo Secos e Molhados, Rosa de Hiroshima – nome dado em alusão à grande bola de fogo criada nos céus em função da explosão da bomba:

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada

No final das contas sempre quem sai perdendo em qualquer guerra é a população (civil), inocente, indefesa. Os poderosos sempre se entendem, mesmo em meio aos conflitos. A escolha de Hiroshima e Nagasaki, duas cidades sem instalações militares, obedeceu ao mesmo critério intimidador de matar pessoas que fazem parte da massa. Quanto mais inocentes forem as vítimas, melhor. E assim o mundo ‘ganha’. Que mundo? Mundo de quem? Quem ganha? Ganha o quê?

Não sei MESMO. Eu sou anti-rosa.

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